Inteligência artificial ajuda a abastecer bancos de sangue pelo Brasil

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ODS 3 
Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades

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No Brasil, 16 a cada mil habitantes, são doadores de sangue, número que corresponde a apenas 1,6% da população, bem abaixo do mínimo recomendado pela Organização Mundial da Saúde de 3%.

A chegada da Covid-19 e a necessidade de isolamento social impactaram em uma queda radical de cerca de 50% no número de bolsas sanguíneas disponíveis, provocando atrasos em cirurgias e tratamentos.

Há quatro anos, a plataforma SalvoVidas.com vem utilizando ciência de dados para realizar um projeto gratuito, que tem como objetivo ajudar hemocentros espalhados por todo o Brasil.

O objetivo é que eles a não tenham de lidar com a falta de sangue. Essa é uma iniciativa desenvolvida pela startup SaveLivez, que atualmente passou a contar com a ajuda da Roche Farma. “A ideia é fazer com que os bancos de sangue estejam sempre abastecidos de acordo com suas demandas e não apenas quando ocorrem as campanhas em massa. Isso faz com que eles tenham o tipo sanguíneo que necessitam, evitando possíveis desperdícios”, comenta Rafael Oki, CEO da startup.

Os interessados devem se cadastrar na plataforma e seus dados ficarão salvos no sistema.

A SalvoVidas.com conta com a ajuda de uma inteligência artificial que induz máquinas a tomarem decisões, ou seja, os computadores estão sempre atentos às demandas de hemocentros espalhados por 69 cidades em 13 estados brasileiros.

Ao detectarem a necessidade de determinado tipo sanguíneo, buscam em seu sistema um doador daquela região que seja compatível com o paciente.

Eles fazem esse cruzamento de dados e convidam a pessoa cadastrada a efetivar a doação.

Para facilitar o processo, eles criaram a Livia.bot, uma assistente virtual, que tira dúvidas e também ajuda o cadastrado saber se está apto ou não a doar. “Existem muitas possibilidades que podem impedir que a pessoa doe sangue, como por exemplo algumas medicações. Através de inteligência artificial, o nosso robô verifica essas informações e se tiver algum agravante que impeça, ele avisa” explica Oki.

Quando o indivíduo está apto, a assistente virtual envia uma mensagem sugerindo local, horário de funcionamento e os requisitos que devem ser seguidos.

A utilização dessa tecnologia é muito importante para mostrar que é necessário extrapolar os limites acadêmicos e corporativos. “A iniciativa reforça que a ciência de dados precisa, cada vez mais, beneficiar o dia a dia dos brasileiros. Seu uso para o monitoramento dos estoques dos bancos de sangue e engajamento de novos doadores, comprova o potencial benéfico de uma gestão inteligente de insumos que salvam vidas”, revela Claudia Echeverria, Gerente de Patient Advocacy da Roche.

Hoje a plataforma tem mais de 30 mil inscritos. “Nossa estimativa é que cinco mil vidas podem ter sido salvas com a nossa ação. Os números podem ter crescido muito nos últimos meses, pois durante a pandemia, conseguimos ajudar o hemocentro de Ribeirão Preto a obter mais de quatro mil agendamentos de doação” conta Rafael.

Além de ajudar a salvar uma vida ou manter um tratamento em dia, essa atitude é muito significativa aos que se dispõe a ajudar. É o que conta Arthur Pergher, um dos cadastrados na plataforma: “Para mim é um prazer poder doar sangue, isso traz grande felicidade a minha vida, me traz uma sensação de dever cumprido. Pode parecer uma ação completamente altruísta, mas não é. Tenho certeza que os doadores de sangue ao redor do mundo dormem mais tranquilos. Doe sangue e ajude os receptores terem mais dias, assim você terá noites melhores” conclui.
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Quem pode doar?

Pessoas entre 16 e 69 anos. Os menores de 18 anos necessitam da autorização dos responsáveis. É necessário pesar no mínimo 50 quilos e estar em bom estado de saúde. O candidato deve estar descansado, não pode ter consumido bebidas alcoólicas nas 12 horas que antecedem à doação e não podem estar de jejum.

No dia, é necessário apresentar documento de identidade com foto.

O intervalo mínimo deve ser de dois meses para os homens e de três meses para as mulheres.

As orientações em relação à Covid-19 é que as pessoas com casos suspeitos ou confirmados aguardem 30 dias após a recuperação para doar.
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Por: Isabella Garcia

Fonte: Ecoa/UOL