Combate à Fome em FOCO | Análises e Estudos  


Conteúdo enviado por Reginaldo Junior, Mobilizador COEP do Rio de Janeiro
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O combate à fome por meio da agricultura sustentável.

Por: Kethlyn Saibert

A fome é um dos problemas sociais mais graves do planeta. Fruto das extremas desigualdades sociais e da má distribuição de renda, a questão a ser solucionada é um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas Brasil. O ODS 2 – Fome Zero e Agricultura Sustentável – planeja “até 2030, erradicar a fome e garantir o acesso de todas as pessoas, em particular os pobres e pessoas em situações vulneráveis, incluindo crianças e idosos, a alimentos seguros, culturalmente adequados, saudáveis e suficientes durante todo o ano”.

No sábado, 17.out.2020, foi promovida no canal da Uninter no YouTube a Maratona Transformando o Mundo: os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Foram abordadas 17 áreas determinadas pela Assembleia Geral das Nações Unidas que necessitam de medidas urgentes para que possamos ter um planeta mais igualitário e sustentável. Na live, os professores de cursos de pós-graduação da Uninter Emerson Micaliski, Willian Maia e Alexandre Andrade apresentaram quais são as questões que precisam de ações para o ODS 2 ser alcançado.

Emerson destaca que em 2014 795 milhões de pessoas no mundo viviam sob o espectro da desnutrição crônica. Dados mais recentes da ONU, de 2019, mostram que 690 milhões de pessoas no mundo foram afetadas pela fome. Para 2020, o cenário se torna ainda mais preocupante por causa da crise gerada pelo coronavírus.

“Segundo a OMS, o mundo produz comida suficiente para toda a humanidade. Mas, problemas como a pobreza, a má distribuição de renda, desastres naturais, conflitos de cunhos políticos, desperdícios e as próprias perdas dos alimentos nos transportes são alguns dos principais fatores que fazem com que essa grande parcela da população passe fome”, ressalta Emerson.

São 8 metas para serem cumpridas até 2030. Nos indicadores do Brasil, as principais questões são: insegurança alimentar e desnutrição, déficit de peso e excesso de peso, garantias de sistemas sustentáveis de produção agrícola e investimento em agrotecnologia.

– Insegurança alimentar e desnutrição

A insegurança alimentar é quando uma família não tem acesso regular e permanente à alimentação, em quantidades e qualidades adequadas. Neste sentido, é importante destacar que o tema Fome Zero não deve ser focado apenas na questão de levar alimentação à população, mas também promover ações que favoreçam a alimentação com qualidade nutricional. “É exatamente por isso que a ODS2 também aborda a questão da agricultura sustentável”, destaca o professor William.

– Déficit de peso e excesso de peso

Dados do IBGE do censo de 2010 mostram o percentual de crianças com menos de 5 anos de idade que sofrem de déficit de peso ou excesso de peso, sendo 1,4%, e 7,3%, respectivamente. “A desnutrição está associada às deficiências de nutrientes necessárias para o organismo. Já o consumo em excesso de produtos industrializados, exemplo dos fast-foods, podem acarretar no sobrepeso”, destaca Emerson.

– Investimento em sistemas sustentáveis na agricultura

A agricultura, para ser considerada sustentável, deve respeitar o meio ambiente e ser economicamente viável, além de garantir às gerações futuras a capacidade de suprir as necessidades de produção. Dessa forma, faz-se necessário favorecer práticas de incentivo à agricultura familiar e à redução do uso de agrotóxicos. “Até 2030, garantir sistemas sustentáveis de produção de alimentos, por meio de políticas de pesquisa, de assistência técnica e extensão rural, entre outras, visando implementar práticas agrícolas resilientes que aumentem a produção e a produtividade e, ao mesmo tempo, ajudem a proteger, recuperar e conservar os serviços ecossistêmicos, fortalecendo a capacidade de adaptação às mudanças do clima, às condições meteorológicas extremas, secas, inundações e outros desastres, melhorando progressivamente a qualidade da terra, do solo, da água e do ar”, diz o texto da ODS 2.

Alexandre destaca que já existem ações para o ano de 2021 que colaboram para a meta da sustentabilidade: “Existe um fundo internacional que vai financiar fazendas sustentáveis no Brasil. Serão disponibilizados 68 milhões de dólares em créditos. Então, a previsão é que isso cresça e chegue a 1,4 bilhões até 2026. Olha a oportunidade para os agricultores brasileiros. Eles terão que adotar estratégias de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF). E esse financiamento está dentro do acordo de sustentabilidade rural. Inclusive, há cursos que preparam os profissionais para isso”.

Além disso, Alexandre destaca a meta de fiscalizar os preços altos decorrentes da exportação e cita o preço elevado do arroz neste período de pandemia: “Quem é que estava com condições de poder comprar arroz para ter uma nutrição mais balanceada? Temos que prevenir e corrigir a questão das restrições ao comércio e as distorções do mercado agrícola. Nós temos que limitar a volatilidade extrema dos preços de alimentos”, concluiu o professor.
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Fonte: Centro de Notícias Uninter