Combate à Fome em FOCO | Análises e Estudos
Conheça o ODS 2: acabar com a fome e promover a agricultura sustentável
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Segundo dados da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar, pelo menos 117 milhões de pessoas estão em situação de insegurança alimentar e mais de 19 milhões passam fome no Brasil atualmente. Em todo o mundo, a estimativa da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) é que esse número chegue a 690 milhões, cerca de 9% da população global. É muita gente sofrendo por não ter acesso a uma coisa essencial para a sobrevivência humana: comida.
ODS 2: acabar com a fome e promover a agricultura sustentável
Para falar de desenvolvimento sustentável, precisamos levar em conta que as pessoas, antes de poderem sequer pensar na preservação do meio ambiente, precisam ter suas necessidades básicas atendidas.
É por isso que o segundo Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS 2) é:
“acabar com todas as formas de fome e má-nutrição até 2030, de modo a garantir que todas as pessoas – especialmente as crianças – tenham acesso suficiente a alimentos nutritivos durante todos os anos.”
Para garantir alimento a todos, precisamos pensar na produção de quantidade suficiente para isso. É por isso que esse ODS também promove práticas agrícolas sustentáveis, por meio do apoio à agricultura familiar, do acesso equitativo à terra, à tecnologia e ao mercado.
A meta, até 2030, é dobrar a produtividade agrícola e a renda dos pequenos produtores de alimentos. Mulheres, povos indígenas, agricultores familiares, pastores e pescadores são prioridade em ações guiadas por esse ODS, afinal, historicamente, essas pessoas têm uma relação de respeito com a terra, pois sabem o quanto precisam dela.
A ideia é implementar práticas agrícolas resilientes, com sistemas sustentáveis de produção que não só aumentem a quantidade de alimentos, quanto também preservem os ecossistemas. Outra recomendação é a de investir em sistemas de manejo resistentes à condições extremas, como secas ou enchentes, que devem ser intensificadas nos próximos anos por conta da mudança climática. A boa notícia é que já existem várias alternativas para isso e o que falta é que mais gente invista nelas, incluindo os governos, atores importantes para que os países façam a sua parte para atingir as metas dos ODS.
Como ajudar a cumprir as metas do ODS 2?
As pessoas físicas também podem fazer a sua parte, lembrando que toda grande mudança começa com pequenas atitudes. Fizemos uma lista com algumas atitudes que tem tudo a ver com essa meta:
– Plantar a sua própria horta em casa;
– Ajudar com trabalho ou apoiar financeiramente alguma horta comunitária;
– Doar alimentos em campanhas de combate à fome;
– Não desperdiçar comida, inclusive aproveitando ao máximo todas as partes das frutas e verduras, como cascas e sementes — que, inclusive, podem ser muito nutritivas;
– Comprar produtos da agricultura familiar, em feiras ou iniciativas que os apoiam;
– Antes de votar, veja qual é a proposta do seu candidato para acabar com a fome e apoiar a agricultura sustentável.
O que são os ODS?
Os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, os ODS, fazem parte do plano de ação da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, definida em 2015, durante uma reunião de líderes mundiais na sede da ONU, em Nova York. Os ODS são tarefas válidas para todo o mundo, com objetivos comuns para fazer do planeta um lugar mais justo e sustentável. Aqui a gente explica melhor e conta quais são eles.
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Metas do segundo dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
2.1 Até 2030, acabar com a fome e garantir o acesso de todas as pessoas, em particular os pobres e pessoas em situações vulneráveis, incluindo crianças, a alimentos seguros, nutritivos e suficientes durante todo o ano;
2.2 Até 2030, acabar com todas as formas de desnutrição, incluindo atingir, até 2025, as metas acordadas internacionalmente sobre nanismo e caquexia em crianças menores de cinco anos de idade, e atender às necessidades nutricionais dos adolescentes, mulheres grávidas e lactantes e pessoas idosas;
2.3 Até 2030, dobrar a produtividade agrícola e a renda dos pequenos produtores de alimentos, particularmente das mulheres, povos indígenas, agricultores familiares, pastores e pescadores, inclusive por meio de acesso seguro e igual à terra, outros recursos produtivos e insumos, conhecimento, serviços financeiros, mercados e oportunidades de agregação de valor e de emprego não agrícola;
2.4 Até 2030, garantir sistemas sustentáveis de produção de alimentos e implementar práticas agrícolas resilientes, que aumentem a produtividade e a produção, que ajudem a manter os ecossistemas, que fortaleçam a capacidade de adaptação às mudanças climáticas, às condições meteorológicas extremas, secas, inundações e outros desastres, e que melhorem progressivamente a qualidade da terra e do solo;
2.5 Até 2020, manter a diversidade genética de sementes, plantas cultivadas, animais de criação e domesticados e suas respectivas espécies selvagens, inclusive por meio de bancos de sementes e plantas diversificados e bem geridos em nível nacional, regional e internacional, e garantir o acesso e a repartição justa e equitativa dos benefícios decorrentes da utilização dos recursos genéticos e conhecimentos tradicionais associados, como acordado internacionalmente;
Outros objetivos
2.a Aumentar o investimento, inclusive via o reforço da cooperação internacional, em infraestrutura rural, pesquisa e extensão de serviços agrícolas, desenvolvimento de tecnologia, e os bancos de genes de plantas e animais, para aumentar a capacidade de produção agrícola nos países em desenvolvimento, em particular nos países menos desenvolvidos;
2.b Corrigir e prevenir as restrições ao comércio e distorções nos mercados agrícolas mundiais, incluindo a eliminação paralela de todas as formas de subsídios à exportação e todas as medidas de exportação com efeito equivalente, de acordo com o mandato da Rodada de Desenvolvimento de Doha;
2.c Adotar medidas para garantir o funcionamento adequado dos mercados de commodities de alimentos e seus derivados, e facilitar o acesso oportuno à informação de mercado, inclusive sobre as reservas de alimentos, a fim de ajudar a limitar a volatilidade extrema dos preços dos alimentos.
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Fontes: Terra e Ecycle