. O workshop Projetos de Apoio à Juventude foi realizado durante a reunião do Conselho Deliberativo e da Comissão Executiva do COEP Nacional, na sede da Embrapa em Brasília, em março de 2000. Foi aberto com a leitura, pelo diretor-presidente da Embrapa, do pronunciamento do ministro da Agricultura, Marcus Vinicius Pratini de Moraes. O ministro enfatizou a necessidade de um esforço concentrado para acabar com a exclusão social no país, ressaltando um novo paradigma que vem sendo proposto às organizações, no sentido de integrarem valores éticos e compromisso social à sua estratégia de negócios.
Antendendo ao objetivo do Workshop, o secretário-executivo do COEP Brasil, Andre Spitz, solicitou que os presentes apresentassem sugestões de iniciativas voltadas para os jovens. Nesse sentido , manifestaram-se as seguintes entidades:
FIOCRUZ Paulo Buss, representante técnico do COEP na Fiocruz, comunicou , em nome do Presidente daquela instituição, Elói de Souza Garcia, o compromisso da Fiocruz com a criação de um Centro da Juventude, na região de Manguinhos, no Rio de Janeiro, que abrange hoje12 favelas e uma população de 35.000 pessoas. A Fiocruz se compromteu ainda a negociar um financiamento para programas voltados para a faixa juvenil dessas comunidades, que somam aproximadamente 3.500 jovens entre 10 e 19 anos.
BANCO DO NORDESTE Paulo Roberto Carvalho Nunes, superintendente de Recursos Humanos e Logísticos do Banco do Nordeste, representando o presidente, Mário Queiroz, informou que o BNB aloca recursos para projetos voltados para a juventude, implementa projeto de qualificação de agentes produtivos. Paulo Roberto apresentou a proposta de se articular convênios nos três níveis de ensino ( médio, superior e pós-graduação) para incluir nos currículos, disciplinas de gestão de negócios e de empreendimentos. Os alunos quando formados, procurariam um financiamento junto ao Banco para abrir um empreendimento. Estariam também aptos a propiciar emprego a outros jovens.
EMBRAPA Alberto Duque Portugal, Diretor-Presidente da Embrapa apresentou a proposta de se formar o Técnico Agrícola em curso de 2o grau, enfatizando a importância desses técnicos como agentes de mudança no meio rural. Segundo Alberto Portugal muito jovens permanecem na comunidade rural e é preciso melhor prepará-los, do ponto de vista tecnológico, criar mecanismos de acesso a uma série de meios de informação ( integração com Universidades, Embrapa, Internet, Kit profissionalizante etc). Propôs também que se trabalhasse com a linha das “Vitrines Tecnológicas”, da Embrapa, que permitem a exposição, em pequenos canteiros, do que existe de mais recente em tecnologia agrícola.
COPPE/UFRJ Angela Uller, representado o Diretor da COPPE/UFRJ, apresentou dois projetos na área de combate à exclusão, principalmente tecnológica, dos jovens oriundos das comunidades carentes do entorno da Universidade : – desdobramento do programa de iniciação científica, hoje direcionado somente para os alunos de graduação, possibilitando a esses jovens estágio em laboratórios da COPPE; – inclusão dos jovens no projeto de Formação Técnica Geral, que a COPPE já desenvolve, em parceria com sindicatos de trabalhadores e empresas, destinados, até o momento para trabalhadores empregados ou desempregados.
SEBRAE Sergio Xavier, representando a direção do SEBRAE, ressaltou a importância da inserção das pequenas empresas no processo de Responsabilidade Social, informando que são quatro milhões e meio de pequenas empresas que, se forem articuladas de maneira motivadora, podem contribuir muito na busca de soluções para os problemas sociais do país. Dr. Sergio Xavier apresentou duas propostas de ação: – a utilização, pelo COEP do Sistema de Informações do SEBRAE (86 pontos distribuídos nas capitais e outros municípios) para promover reuniões mais freqüentes, através de Tele-Conferências; – divulgação, no Programa Nacional do SEBRAE, na televisão, das iniciativas das entidades associadas no campo social. Sergio Xavier ressaltou que mais de nove milhões de pessoas assistem a esse programa.
FUNDAÇÃO LINDOLFO SILVA Murilo Xavier Flores, diretor da Fundação Lindolfo Silva, salientou que o viés urbano das políticas públicas voltadas para os jovens não é adequado à população rural o que favorece o processo migratório. O maior contigente de migrantes é composto por moças de 15 a 19 anos, desinteressadas das práticas agrícolas. Propôs a elaboração de programas que possibilitem mais oportunidades de ocupação e de geração de renda não agrícola, no meio rural.
COEP AMAZONAS O presidente do Conselho Deliberativo do COEP Amazonas, João Pacífico Delgado Montenegro, ressaltou que o fluxo migratório dos jovens do meio rural é responsável pelo alto índice de prostituição infantil em Manaus. João Montenegro sugeriu a organização de um Banco integrado de programas e projetos voltados para a juventude rural, o que facilitaria o acesso às informações e metodologias de ação.
DNOCS Guilherme Ellery, representando a direção do DNOCS, apresentou duas propostas de ações que podem envolver os jovens do meio rural nordestino, em atividades de geração de renda, evitando a migração . – projeto de desenvolvimento da aqüicultura no semi-árido, que se encontra em fase de negociação, envolvendo diferentes parceiros, que propõe a utilização dos 310 reservatórios do DNOCS e de mais oito mil espalhados em áreas interiores ao Continente. – utilização de áreas, hoje salinizadas, que não têm mais condições de serem usadas para fins agrícolas.
CONAB Aurino Valois, representante técnico do COEP na CONAB, declarou que essa instituição está aberta a diferentes parcerias para implementação de programas voltados para os jovens, colocando à disposição a infra-estrutura da Conab, enraizada em nível nacional. Aurino Valois se propôs a estimular os fornecedores para as cestas de alimentos a colaborarem com 1% do imposto devido para o Fundo da Infância e da Adolescência.
ASBRAER Paulo Castanheira, presidente da ASBRAER e da EMATER/DF, apresentou o projeto de organização de clubes destinados aos jovens na área rural Neste sentido foi assinado um Protocolo de Intenções, com a participação de cerca de 30 instituições federais, estaduais e municipais. Estão sendo também , mobilizadas para este projeto, as 27 EMATER que atendem cinco mil municípios.
FENABB Sergio Riede, presidente da FENABB, colocou à disposição dos projetos voltados para a juventude, a rede física daquela instituição, que reúne 1250 clubes espalhados pelo Brasil. O presidente da FENABB se comprometeu a fazer a articulação com cada um dos clubes, que são autônomos, no sentido de envolvê-los nesses projetos.
SUDENE Vicente Câmara, representando o Superintendente Marcos Formiga, parabenizou o COEP pelo trabalho que vem desenvolvendo e colocou a SUDENE à disposição de todos, para desenvolverem, em parceria, projetos voltados para a juventude.
O secretário-Executivo do COEP Nacional ressaltou que outras entidades, seguindo a proposta da CONAB, estimulassem seus parceiros e ou fornecedores a aplicarem 1% do imposto devido, no Fundo da Infância e da Adolescência.
Como alternativas de ações voltadas para os jovens, André Spitz destacou os programas de capacitação de mão de obra técnica, a partir da própria mão de obra técnica da entidade associada, envolvendo nesse trabalho os empregados da instituição. Foi também sugerido a ampliação de oportunidades de estágio para jovens, dentro das entidades.
O secretário-Executivo do COEP colocou-se à disposição para articular apoios aos diferentes projetos e informou que no próximo ano, com a colaboração do IPEA poderá ser feito um levantamento das iniciativas de apoio aos jovens, desenvolvidas no âmbito do COEP, a partir dessa reunião.
Denise Paiva, representante da Secretaria de Estado dos Direitos Humanos, informou que a gestão do Fundo da Infância e da Adolescência em nível nacional está a cargo do Conselho Nacional dos Direitos da Criança, mas que esse Fundo foi criado nos Estados e Municípios, o que dá liberdade de escolha para quem vai aplicar. Esclareceu ainda que as pessoas físicas podem também aplicar nesses Fundos o percentual de 6% do imposto devido.
O secretário –Executivo do COEP Nacional agradeceu à Embrapa pela acolhida à reunião do COEP e passou a palavra ao diretor – presidente da Embrapa, que encerrou o encontro enfatizando a satisfação em constatar o crescimento exponencial dessa rede de cidadania que é o COEP.