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Em 2004, o projeto O COEP E A Escola voltou seus olhos para os Oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio definidos pela ONU. Assim, nesse ano, jovens alunos-atores apresentaram esquetes sobre o tema.

Conheça uma das esquetes apresentadas

Metropolitano Instituto de Educação e Cultura
Alunas: Caroline Matayoshi, Fernanda Beraldo e Samille Ávila. / 7ª Série
Orientadora: Professora Paula Terra
Campo Grande – Mato Grosso do Sul
Agosto 2004

O trabalho em forma de esquete será apresentado por três meninas, onde cada uma representará uma classe social. Elas mostram que cidadania não é fazer caridade e sim ter consciência de seus direitos e obrigações.

Iremos descrever uma situação onde uma mendiga ( Uma pessoa necessitada ) está sentada em uma rua de um grande centro urbano pedindo esmola, por onde passam pessoas de variadas classes econômicas e sociais.

Uma senhora muito bem vestida que aparentava ter um nível econômico elevado passa pela mendiga, olha e resolve dar uma esmola.

– Já fiz minha ação de cidadania hoje – diz a senhora dando alguns centavos à mendiga.

Neste momento passa uma estudante de classe média que não concorda com a ação e contesta:

– Muitas pessoas não sabem direito o que significa cidadania. Confunde-se a ação de cidadania com caridade, filantropia – fazer doações, movimentos ecológicos – cidadania pode estar um pouco em tudo isso, mais vai além, muito além.

A mendiga não entende, e pergunta:

– Então, o que é cidadania?

– Bom, acho que é o direito de todos termos direitos. – diz a mulher de classe alta tentando corrigir seu erro.

– Cidadania é o direito de ter uma idéia e poder expressá-la. É a condição adquirida por um indivíduo que consegue exercitar todos os seus direitos. Cidadania é o direito a vida com tudo o que deve vir junto: liberdade, justiça, saúde, trabalho, educação, etc.

Resumindo, a cidadania diz as condições de um indivíduo como membro de um estado, como portador de direitos e obrigações. – explica a estudante.

– Pensei que direito a vida fosse só ter um coração batendo! – diz a mendiga.

– Mas me restou uma dúvida! Todos são iguais perante a lei? – pergunta a senhora.

– Lógico. Todos são iguais perante a lei. – esclarece a estudante.

– Nunca duvidei, a lei não é igual perante todos. – diz a mendiga olhando a mulher tão bem vestida ao seu lado e ela ali toda esfarrapada.

– Se o estado não cumpre com a sua palavra (o que está escrito na legislação) a cidadania torna-se uma conquista, que exige educação, informação e um amplo esforço coletivo para ser alcançada. Torna-se obrigação de todos.

Para surpresa de todas ali presentes a mendiga tira debaixo de seu cobertor uma revista sobre cidadania e começa a dizer o que aprendeu com ela:

– Exemplos clássicos desses esforços são Martin Luther King nos EUA, Nelson Mandela na África do Sul que lutavam pelo fim da discriminação racial que impossibilitava aos negros a cidadania. Um exemplo no Brasil é o Betinho que lutava contra a fome.

– E olha que eles não queriam nada mais que seus DIREITOS. – diz a senhora concordando com a mendiga.

– As diferenças não variam apenas de um país para outro. Dentro de um país os graus de cidadania também variam (e muito dentro de uma mesma nação), principalmente quando falamos de: liberdade pessoal; direito ao trabalho; inviolabilidade do lar; igualdade de direitos – explica a estudante.

– A noção de cidadania começou a muito tempo atrás e esteve ligada à idéia de privilégio, pois os direitos de cidadania eram restritos a determinados classes e grupos. – diz a senhora.

– E a definição de cidadania foi sofrendo alterações ao longo do tempo, seja pelas alterações dos modelos econômicos, políticos e sociais ou como conquistas, resultantes das pressões exercidas pelos excluídos dos direitos e garantia a poucos preservados. – lê a mendiga.

– O fato é que, modernamente, uma vasta quantidade de direitos já estão estabelecidas pela legislação, direitos esses que alcançam todos os indivíduos, sem Restrições. – explica a estudante.

– Entendi, cidadania é um conjunto de direitos e liberdades sociais, políticas e econômicas, já estabelecidos ou não pela legislação. Só agora concluí que trabalhar com cidadania é tarefa fundamental para formar cidadãos melhores e consequentemente um país também. Acho que já adquiri consciência dos meus direitos e minhas obrigações. – fala a mulher de classe elevada.

– Eu também!! O que a gente faz agora? – pergunta a mendiga.

– Vamos correr atrás deles!! – dia a estudante.

– Vamos a luta!! – falam todas juntas, e cada uma delas continua seguindo o seu caminho, mas agora com mais consciência de suas ações.