Mobilização em situações de emergência
Mobilização em situações de emergência
O gesto de solidariedade, por menor que seja, é tão importante. É um primeiro movimento no sentido oposto a tudo que se produziu até agora. Uma mudança de paradigma, de norte, de eixo, o começo de algo totalmente diferente.
Diante de situações de emergência, o COEP Brasil demonstrou o poder de mobilização da sua rede, com o engajamento dos funcionários das associadas na angariação de alimentos, roupas e remédios. Em 1996, por exemplo, a mobilização ocorreu em apoio às vítimas da enchente no Sudeste. Neste caso, a iniciativa desdobrou-se, com a realização do seminário Prevenção e Controle dos Efeitos dos Temporais no Rio de Janeiro, em parceria com a Coppe/UFRJ e a publicação do livro Tormentas Cariocas, em 1997, que se tornou referência para os gestores públicos.
Já em 1998, a rede do COEP se mobilizou em favor dos atingidos pela grande seca do Nordeste. Mais tarde, o COEP Brasil e a Fiocruz também tiveram importante papel na campanha de conscientização sobre a dengue, em 2002, no Rio de Janeiro.
Mais recentemente, em março de 2020, bem no início da pandemia de Covid-19 que impactou drasticamente o Brasil e o mundo inteiro, o COEP percebeu que a comunicação e a informação iriam desempenhar um papel chave no combate à pandemia e criou um ambiente virtual para a divulgar informações úteis, organizadas, sobre a pandemia e estimular e fortalecer iniciativas solidárias e inovadoras da sociedade civil no seu combate.
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Mobilização em situações de emergência | Destaques
Em 28 de fevereiro de 1996, após as enxurradas que atingiram o Rio de Janeiro deixando 6.500 desabrigados, o COEP articulou suas associadas para discutir um plano de ajuda aos atingidos pelas fortes chuvas. A proposta era também formular uma estratégia de longo prazo para futuras emergências.
Naquele encontro foi consenso que a recorrência dos temporais no Rio de Janeiro, aliada à situação geográfica, ambiental e social da cidade exigia uma ação pró-ativa dos governos, com a manutenção de mecanismos preventivos e de emergência prontos para serem acionados.
Mobilizadas, as associadas ao COEP iniciaram um esquema de ajuda às vítimas do temporal, partindo também para a discussão dos meios e maneiras de preparar a cidade para conviver com os temporais que chegavam pontualmente todos os verões.
O Seminário Prevenção e Controle dos Efeitos dos Temporais no Rio de Janeiro, organizado pelo COEP e pela Coppe/UFRJ e realizado em agosto de 1996, reuniu técnicos, pesquisadores de várias universidades e institutos de pesquisa, políticos e militantes de ONGs.
No evento, foram partilhados experiências e conhecimentos e criados grupos de trabalho visando a formulação de um conjunto de recomendações para apresentação às autoridades e à sociedade. Todos esses trabalhos resultaram na publicação, pela Coppe/UFRJ, do livro “Tormentas Cariocas: Prevenção e Controle dos Efeitos dos Temporais no Rio de Janeiro”, distribuído para gestores dos municípios, representantes de órgãos públicos, do estado e dos municípios do Rio, Ong’s, parlamentares e órgãos técnicos.
Nesse livro, o sociólogo Betinho, um dos mentores dessa articulação, já dizia:
“Não é por falta de diagnóstico e de conhecimento técnico e científico que as casas desabam e as pessoas morrem durante as chuvas fortes no Rio de Janeiro. Já no século XVIII foi feito o primeiro diagnóstico sobre os temporais na cidade.
Desde então, temos produzido análises cada vez mais acuradas, mais complexas e mais científicas. Mas de pouco serve tanto saber, diante da imprevidência do poder público que nunca assumiu de forma decidida a questão das enchentes e da relação entre a população, meio ambiente e catástrofe.
O Poder Público chega sempre como bombeiro, nunca como o administrador que previne para que o pior não aconteça.”
SAIBA MAIS
>> Tormentas Cariocas: Prevenção e Controle dos Efeitos dos Temporais no Rio de Janeiro (Publicação completa – Coppe/UFRJ e COEP Brasil)
>> Tormentas Cariocas – um breve histórico (Planeta Coppe, janeiro 2010)
>> Políticas Públicas e Iniciativas da Sociedade Civil de Prevenção e Resposta a Situações de Desastres Climáticos (Laboratório Herbert de Souza Tecnologia e Cidadania, janeiro 2013)
>> Temporal abate o Rio: um morto (O Globo, janeiro 1996)
Em 1998, devido à sua capacidade de mobilização em situações de emergência, o COEP foi convidado a participar de reunião convocada pela Sudene, com a presença do Comunidade Solidária, Unicef e outras instituições, tendo em vista a participação das entidades associadas em projetos voltados para minorar os efeitos da seca no Nordeste.
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http://coepbrasil.org.br/wp-content/uploads/2021/04/mobilizacao-atingidos-pela-seva-nordeste-1998.pdf
O COEP e a Coppe/UFRJ promoveram, em junho de 2010, o 2º Seminário Prevenção e Controle dos Efeitos dos Temporais no Rio de Janeiro – Avanços e Retrocessos e Desafios, com o objetivo de avaliar o avanço e os retrocessos ocorridos desde a realização do 1o Seminário, em agosto de 1996. A abertura do evento foi realizada pelos-residente do COEP Nacional, Andre Spitz, pelo diretor da Coppe/UFRJ, Luiz Pinguelli Rosa, e por João de Mello Neto, secretário adjunto da Sociedade Brasileira Para o Progresso da Ciência do Rio de Janeiro (SBPC-RJ).
Em abril de 2011, numa iniciativa conjunta do COEP e do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas (FBMC), foi criado o Grupo de Trabalho (GT) “Cooperação com Populações Atingidas por Situações Climáticas Extremas”. Desde então, o GT realizou diversas iniciativas de mobilização das associadas ao COEP para a apresentação de propostas visando à construção de novas estratégias de atuação diante de desastres climáticos.
O COEP realizou nos dias 8 e 9 de dezembro de 2011 a reunião do Conselho Deliberativo e da Comissão Executiva, no auditório do Anexo I do Palácio do Planalto, em Brasília. O objetivo do evento foi planejar as atividades que seriam desenvolvidas pela rede em 2012 e discutir estratégias de atuação de apoio a populações atingidas em desastres climáticos.
https://coepbrasil.org.br/wp-content/uploads/2017/10/PAUTA-Reuniao-Dezembro-2011.pdf