Só seis cidades brasileiras continuam sem registro de Covid-19, quatro delas em MG

Atualizado em 19/10/2020

Botumirim (MG), Cedro do Abaeté (MG), Pedro Teixeira (MG), São Thomé das Letras (MG), Laranjal (PR) e Cerro Branco (RS) não tiveram confirmações da doença.

Sete meses depois da confirmação do primeiro caso de Covid-19 no Brasil, apenas seis cidades continuam sem casos confirmados da doença. Quatro delas ficam em Minas Gerais: Botumirim, na Região Norte; Cedro do Abaeté, na Região Central; Pedro Teixeira, na Zona da Mata, e São Thomé das Letras, no Sul do estado.

A pequena Laranjal, de pouco mais de 6 mil habitantes, é a única cidade paranaense livre do coronavírus. A cidade não tem hospital e, para evitar o contágio, as medidas sanitárias foram reforçadas, inclusive para os 300 moradores que viajam 100 km, todos os dias, para trabalhar em outro município.

No Sul do Brasil, além de Laranjal, uma cidade gaúcha não registrou a doença. A maioria dos 4 mil moradores de Cerro Branco vive na zona rural. Agentes de saúde, carros de som e uma rádio dão orientações sobre a Covid-19.
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Cidades sem casos de Covid-19

• Botumirim (MG)
• Cedro do Abaeté (MG)
• Cerro Branco (RS)
• Laranjal (PR)
• Pedro Teixeira (MG)
• São Thomé das Letras (MG)
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Em Minas, a histórica e turística São Thomé das Letras é famosa pelas belezas naturais e por fazer parte de um roteiro místico. A cidade costumava receber visitantes do Brasil todo, mas os turistas foram proibidos de entrar nela, em março, para proteger os moradores.

A prefeitura também instalou barreiras sanitárias, que funcionam 24 horas por dia, nas entradas que dão acesso ao município. A reabertura foi parar na Justiça e, na quinta-feira (15/10), uma nova decisão determinou que a cidade volte a receber turistas.

“A cidade só pode receber 20% da capacidade de leitos disponível no município. Aqui na cidade não possuímos hospital. Apenas essa UBS, que é uma unidade de atendimento básica. Não temos leito de UTI, respirador, não temos. A gente tem apenas um respirador para apenas transporte do paciente”, disse a coordenadora de Vigilância de Saúde da cidade.

Segundo o infectologista Unaí Tupinambás, professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), as características físicas e demográficas desses lugares e as ações tomadas pelos governantes acabam evitando o registro de casos.

“São locais que têm uma baixa densidade demográfica. É claro que só isso não seria suficiente, as opções dos gestores locais fazem toda a diferença. A gente tem visto isso pelo mundo inteiro. Quando o gestor tem uma postura bem dura em relação a questão dessas medidas não farmacológicas, como distanciamento social, uso de máscara e evitar aglomeração, a gente tem visto que há um grande sucesso nesse enfrentamento”, afirmou.
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Fonte: G1/Globo