Resposta imune à Covid-19: Como os cientistas estão desvendando esse mistério?

Atualizado em 1/9/2020

Enquanto o mundo inteiro continua em sua escalada para compreender melhor a COVID-19, o o novo coronavírus continua a infectar e causar óbitos. Nesse contexto, cientistas de todos os cantos do planeta estão buscando cobrir as lacunas de conhecimento necessárias para chegar a terapias efetivas ou vacina eficaz. Uma destas lacunas, que tem intrigado os pesquisadores, é a do porquê a resposta imune varia tanto de pessoa a pessoa.

Nesse intuito, poderosas ferramentas e tecnologias genômicas estão sendo empregadas com o objetivo de melhor entender a resposta imune ao vírus. O objetivo deste post é resumir os diversos meios empregados para alcançar o fim exposto.
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Em busca de variantes genéticas para a imunidade

A análise do genoma de pacientes que apresentaram COVID-19 em sua forma grave poderá ajudar a identificar variantes genéticas relacionadas a resposta imune do hospedeiro ao vírus.

Um dos obstáculos, porém, é a dificuldade de reunir o grupo controle de comparação ideal, no caso, os infectados assintomáticos. Devido ao caráter emergencial, a solução tem sido utilizar banco de dados genéticos da população geral.

Além da abordagem retrospectiva, estudos prospectivos também já foram iniciados em vários países. Alguns resultados já apontam achados interessantes.

Alguns estudos sugerem, por exemplo, que variações nos genes do sistema ABO do tipo sanguíneo, bem como conjunto de genes no cromossomo 3, são mais comuns em pacientes que apresentam falência respiratória, do que na população em geral.
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O sistema HLA e a resposta imune à COVID-19

Outra abordagem empregada pelos pesquisadores consiste em focar especificamente no sistema antígeno leucocitário humano (HLA). Este grupo de moléculas, codificadas por uma grande região de genes, denominada complexo principal de histocompatibilidade, executa função importantíssima na modulação da resposta imune.

Variações específicas nessa região já foram identificadas e correlacionadas a diversas doenças imunes e infecciosas. Com uma das regiões que mais variam (possui cerca de 10.000 alelos conhecidos), diferenças encontradas nos genótipos do HLA podem indicar alelos particularmente mais vulneráveis à doença grave.
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Analisando o genoma de uma única célula

Alternadamente à análise da população em larga escala, tem-se tecnologias que visam analisar uma única célula. Neste tipo de estudo, os pesquisadores buscam focar, em especial, nas células T e B de pacientes recuperados da COVID-19.

Estas células são expostas a antígenos virais capazes de evocar resposta imune. Os pesquisadores aplicam então técnicas para acessar o transcriptoma (conjunto de todos os tipos de RNA’s expressos na célula), bem como técnicas que permitam ainda acessar o padrão de cromatina.

Com isto, objetiva-se elucidar como a expressão gênica destas células em específico respondem ao vírus, como essa resposta difere entre cada pessoa e, ainda, como pode afetar a eficácia das vacinas.
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Três tipos de abordagens na investigação genômica da resposta à COVID-19

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Conclusão sobre a resposta imune à covid-19

A corrida contra o tempo tem levado a ciência a dar passos largos no conhecimento. Saber como a resposta imune à COVID-19 é montada é peça chave neste quebra-cabeça.

Devido aos avanços tecnológicos da presente era, um número sem precedentes de dados e conhecimento a respeito do SARS-CoV-2 está sendo revelado, em curto período de tempo.

Neste post você conheceu uma pequena parte dos métodos empregados para a construção da ciência que busca a solução para a pandemia que vivemos.
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Fonte: Sanar Medicina