Práticas Integrativas auxiliam no tratamento da Covid-19?

Atualizado em 27/5/2020

As polêmicas a respeito do uso de Práticas Integrativas e Complementares no tratamento da COVID-19 começaram após a publicação de uma recomendação do Conselho Nacional de Saúde no dia 21 de Maio de 2020. 

A recomendação pede que o Ministério da Saúde disponibilize a informações atualizadas para gestores, trabalhadores e usuários dos sistemas de saúde acerca do uso adequado e das evidências científicas já produzidas sobre essas práticas. 

Vale lembrar que desde 2006, com a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PICs), essas práticas foram implementadas no âmbito do Sistema ùnico de Saúde. 

Por isso não há novidade na inclusão das PICs como tratamento complementar de doenças e prática de promoção da saúde. 

Entretanto, a recomendação foi alvo de fake news e ataques ao que o Conselho Nacional de Saúde respondeu que “Em nenhum momento há orientação, por parte do CNS, em propor as PICS como tratamento medicamentoso em substituição aos protocolos definidos internacionalmente pela comunidade científica para Covid-19.”

O que são Práticas integrativas?

As práticas integrativas são técnicas e ferramentas baseadas no cuidado integral que promovem autocuidado, prevenção de doenças e agravos e a redução de sintomas físicos e mentais.

São exemplos de Práticas Integrativas:

  • Aromaterapia
  • Arteterapia
  • Biodança
  • Constelação Familiar
  • Cromoterapia 
  • Homeopatia 
  • Medicina Tradicional Chinesa
  • Meditação
  • Musicoterapia
  • Plantas medicinais – Fitoterapia
  • Quiropraxia
  • Reflexoterapia
  • Reiki
  • Shantala
  • Terapia de Florais 
  • Yoga

Para que servem as Práticas Integrativas?

As práticas integrativas e complementares (PICs) já são recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Organização Pan-americana de Saúde (OPAS) desde a segunda metade do século XX. 

São técnicas e ferramentas diferentes e com origens bem distintas mas a proposta central é promover o acolhimento, cuidado e autocuidado mediante à ideia de que a saúde não é apenas a ausência de doença e, por isso mesmo, cuidar da saúde não deve consistir apenas em tratar patologias e sintomas. 

Desse modo, as PICs buscam melhorar as relações humanas com o próprio corpo e mente, com os outros e com o meio ambiente aliviando sintomas físicos e emocionais e promovendo bem estar.

Qual a relação das Práticas Integrativas com a pandemia?

A proposta do uso de Práticas Integrativas no contexto da pandemia da COVID-19 tem o intuito de melhorar a qualidade de vida de pacientes, familiares e profissionais da saúde. 

Essas práticas podem trazer resultados no autocuidado, equilíbrio mental e emocional das pessoas em isolamento social bem como no auxílio a profissionais da saúde que atuam na linha de frente e sofrem constantemente os efeitos do estresse de estar lidando com uma pandemia. 

Sabemos que esse momento potencializa os efeitos do estresse causando impactos negativos na saúde mental de toda a população, não só dos pacientes e dos profissionais da saúde. 

Sendo assim, existe uma série de comportamentos que podem trazer prejuízos à saúde mental e física dos indivíduos:

  • Medo da contaminação
  • Incertezas em relação ao futuro
  • Excesso de trabalho
  • Preocupação com os familiares e amigos
  • Isolamento social 
  • Busca excessiva de informações sobre a pandemia 
  • Propagação e cultivo de pensamentos catastróficos e pessimistas 

É nesse contexto que as práticas integrativas surgem como uma opção de tratamento complementar e como uma forma de promoção da saúde e prevenção de agravos decorrentes da situação de pandemia. 

O atendimento pode ser feito de forma remota e com todos os cuidados necessários para evitar a infecção de profissionais e pacientes. 

Práticas Integrativas não substituem o tratamento convencional

Sabemos que até o momento, não existe a indicação expressa de uma terapia farmacológica específica para a COVID-19 devido à falta de estudos robustos e de alta qualidade. 

Mas diversos estudos estão em curso e algumas opções terapêuticas já estão em uso Off labell, como é o caso dos antimaláricos cloroquina e hidroxicloroquina, alguns antibióticos, cosrticosteroides e antivirais e Inibidores da Enzima Conversora de Angiotensina (iECAs) e Bloqueadores do Receptor de Angiotensina (BRAs).

Apesar de serem uma opção de tratamento complementar prevista em Política Nacional e apoiada pelos órgãos de saúde, as PICs não substituem o tratamento convencional. 

Não há evidências científicas de que as PICs possam ser usadas para o tratamento da doença mas, sem dúvida, podem ser ferramenta que auxilia na qualidade de vida das pessoas durante esse período de isolamento social.

Além disso, são uma excelente forma de auxiliar os profissionais da saúde que estão atuando no enfrentamento da pandemia.

Fonte: Sanar Med