Posso fazer um teste rápido de Covid-19 para encontrar minha família?
Atualizado em 5/7/2021
Uma das orientações mais difíceis de serem seguidas durante a pandemia de Covid-19 é a de abdicar do convívio social. De acordo com os infectologistas, os encontros devem estar limitados às pessoas que participam do mesmo núcleo familiar, que convivem na mesma casa.
No entanto, depois de mais de um ano do início da pandemia e com a nova geração de testes disponíveis no mercado – exames rápidos de maior precisão colhidos pela via nasal ou oral – surge a possibilidade de aumentar a segurança em relação as decisões que tomamos no dia a dia sobre situações como comparecer a uma festa, fazer uma viagem ou mandar as crianças para a escola.
Em uma matéria publicada, na terça-feira (29/6), no The New York Times, o epidemiologista Michael Mina, professor da Universidade de Harvard, sugere os testes rápidos – nos EUA, já estão à venda exames que podem ser feitos inclusive em casa – como uma boa solução para a avaliação de riscos.
De acordo com ele, os testes rápidos podem ser úteis para manter a segurança das crianças, dos mais velhos e de pessoas que possuem comorbidades, uma vez que nenhuma das vacinas aplicadas garante 100% de eficácia.
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Importância da testagem
A infectologista Ana Helena Germoglio concorda que a realização de testes é importante para o controle da pandemia. “Quanto mais a gente testa, mais se evita que pessoas contaminadas tenham contato com outras, o que, certamente, diminui a transmissão da Covid-19”, comenta.
Para ela, entretanto, o problema é que o Brasil não está com a situação epidemiológica tão controlada quanto a dos Estados Unidos. “Aqui há muita circulação viral bem maior, o que diminui a nossa margem de segurança em relação aos resultados dos testes”, comenta.
A médica se refere à possibilidade de o resultado ser negativo, mas a pessoa o ter realizado dentro de uma “janela imunológica” ou viver uma oportunidade de contágio logo em seguida ao exame.
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Limitações de sensibilidade
O diretor médico do grupo Dasa, Gustavo Campana, também considera que os testes contribuem para o controle da pandemia.
No entanto, ele destaca que a modalidade de testes rápidos é mais indicada para confirmar a infecção em quem está sintomático do que para detectar o vírus em quem ainda não apresenta os sintomas.
“Há limites de sensibilidade. O teste pode até tornar um encontro mais seguro. No entanto, ele não será capaz de tornar este encontro 100% seguro”, explica.
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Por: Érica Montenegro
Fonte: Metrópoles