O que dizem os médicos sobre brincadeiras em parques e praças

Atualizado em 15/10/2020

Uso de máscara e hábitos de higiene são essenciais para atividades ao ar livre 

Organização de eventos de rua, shows voltados aos pequenos e grandes aglomerações não serão a marca deste Dia das Crianças. Os pequenos, que ganharam liberação para frequentar a escola recentemente, comemorarão o 12 de Outubro de maneira diferente e os pais se veem na posição de encontrar atividades para preencher esse feriado prolongado.

A boa notícia é que, em meio à tímida redução no número de internações por covid-19 nos leitos do Estado, especialistas em saúde já passaram a liberar brincadeiras do portão de casa para fora, desde que todos os cuidados sejam rigorosamente cumpridos.

Marcelo Scotta, infectologista pediátrico do Hospital Moinhos de Vento, afirma que o brincar e atividades físicas fora de casa são importantes para o bem da saúde mental das crianças:

— Nem a nível nacional nem a regional temos indicadores perfeitos sobre a pandemia. Contudo, o cenário está menos caótico. Isso permite que, com todos os cuidados possíveis, as crianças saíam de casa, para praticar atividades ao ar livre. Isso é importante, até mesmo, para a saúde mental delas. Mas é preciso evitar aglomerações, sair de casa em horários de menor movimento, maiores de dois anos e com condições devem usar máscara. Essas são medidas que ajudam a minimizar os riscos de contágio.

Luciano Goldani, professor de Infectologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), também libera a saída de famílias para realizarem atividades ao ar livre e, inclusive, realização de piqueniques, se a família estiver em um local aberto e distante de outras pessoas. Contudo, ele é mais restritivo em outros aspectos.

Por exemplo, o especialista não aconselha que a criança de uma família interaja com a de outro núcleo familiar. Além disso, reforça que, apesar de as crianças desenvolverem menos a covid-19 ou apresentarem sintomas mais brandos, elas funcionam como vetores da doença.

— Crianças cardíacas, com problemas respiratórios, obesas ou com outros fatores de risco para o coronavírus precisam de pouco mais de restrição. Crianças sem essas condições precisam de atenção também, porque elas podem transmitir a doença e, de modo geral, as crianças não estão isentas de complicações — reforça Goldani que se refere à síndrome inflamatória multissistêmica, que pode estar associada ao coronavírus, e que afeta vários órgãos do corpo e o sistema nervoso central.

Os dois médicos ressaltam a importância de os pequenos utilizarem a máscara quando próximos de outras pessoas em público e de terem o hábito de lavar as mãos, frequentemente, incentivado.
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Fonte: Gaucha ZH Saúde