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COEP Nacional
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Aconteceu em 07/07/1992

Movimento Pela Ética na Política

Em 7 de julho de 1992, representantes de mais de 200 entidades da sociedade civil reuniram-se no Rio de Janeiro e leram, à luz de velas, 12 artigos da Constituição relacionados aos princípios fundamentais da ética na política, dos direitos sociais, da democracia e das responsabilidades do presidente da República.

O encontro, inicialmente batizado de Movimento Democrático Pelo Fim da Impunidade, acabou recebendo o nome de Movimento Pela Ética na Política (MEP). Seu objetivo era garantir seriedade às investigações da comissão parlamentar de inquérito (CPI) que havia sido instalada em 1o de junho para apurar denúncias de corrupção no governo federal.

Rapidamente o Movimento ganhou a adesão dos mais variados segmentos da sociedade brasileira e gerou protestos e passeatas nas principais capitais. Toda essa mobilização social era articulada de forma descentralizada por entidades da sociedade civil e diversas organizações não-governamentais.

Para Andre Spitz a mobilização pelo impeachment representou um importante papel organizativo para a sociedade civil, tendo sido o elemento gerador em comum da Ação Pela Cidadania, do COEP e do Consea. “Era no Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ, então dirigido pelo professor Luiz Pinguelli Rosa, que ocorriam as principais reuniões do Movimento Pela Ética na Política. Logo após o impeachment, naquela que seria a última reunião desse movimento, d. Luciano Mendes de Almeida, então secretário-geral da CNBB, fez um pronunciamento de que toda aquela energia e mobilização social deviam ser utilizadas no combate à fome. Segundo d. Luciano, essa era a situação mais aética que havia no país”.

Para Andre Spitz, a partir desse episódio, Betinho, que também estava no encontro, sentiu-se inspirado para desenhar a Ação Pela Cidadania: “Era como se a mobilização e a energia do MEP tivessem sido redirecionadas para a luta contra a fome”.

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