Desafio 1 – Cozinha Comunitária do Lagamar

Estado da comunidade: Ceará | Município da comunidade: Fortaleza

Apresentação da comunidade

A Cozinha Solidária do Lagamar é uma ação social voluntária que tem como objetivo principal o combate à fome das famílias que se encontram em situação de grave vulnerabilidade social e insegurança alimentar residentes na comunidade do Lagamar, município de Fortaleza, Ceará.

Em segundo lugar objetiva contribuir com a formação cidadã, reconhecimento e garantia dos direitos fundamentais das pessoas a serem beneficiadas, empoderando-as e garantindo-lhes autonomia, auto-estima e melhoramento de suas condições de vida. Para isto, tenciona-se realizar cursos profissionalizantes, de alfabetização, debates etc.

É fruto da reunião de vontades de integrantes do Comitê em Defesa da Democracia do São João do Tauape, da Paróquia São João Batista do Tauape, do Instituto Poliglota e Agentes Comunitários de Saúde (ACSs) das Unidades de Atenção Primária à Saúde que atendem as famílias da região.

Para dar início procurou-se avaliar e determinar como deveria ser desenvolvida esta ação para garantir sua sustentabilidade e o atingimento de seu objetivo, tais como: a) garantir um fluxo de doações que permitam sustentar esta ação durante um razoável período de tempo; b) garantir voluntários para o preparo e distribuição das refeições; c) determinar (identificar) e delimitar a quantidade de pessoas a serem atendidas e quem são elas; d) garantir um local adequado, preparado e equipado para a realização da ação; e) garantir um cardápio que atenda as necessidades nutricionais mínimas das pessoas beneficiadas.

Isto posto, chegou-se a conclusão que a Cozinha Solidária do Lagamar deverá se comprometer com a confecção e distribuição de no maximo 100 (cem) refeições uma vez por semana até que se possa atingir a meta de distribuição diária.

Para determinar as famílias que referiam estas 100 (cem) refeições contou-se com o apoio dos ACSs que fizeram uma primeira identificação do público a ser atendido. Esta primeira listagem passou por uma checagem com visitas às famílias para assegurar que realmente são as que mais necessitam dentro da área de atuação da Cozinha Solidária.

A Cozinha Solidária do Lagamar iniciou suas atividades no dia 15 de março de 2023 e em pouco mais de 40 dias foi possível distribuir 1000 (mil) refeições, fato este que ocorreu no dia 22 de abril, graças a quantidade de doações recebidas que possibilitou a confecção e a distribuição dos alimentos preparados mais de uma vez por semana.

Hoje conta com 12 voluntários diretos na tarefa de limpeza, higienização, preparo dos alimentos e distribuição ao público cadastrado, embora reserva-se uma quantidade de 20 (vinte) porções a mais para o público de moradores de rua e catadores que se alimentam no local da Cozinha. Desses 12 (doze) voluntários, 6 (seis) são da própria comunidade.
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SOBRE O LAGAMAR

O Lagamar é uma favela cuja formação teve início por volta do ano de 1950. Literalmente trata-se de uma ocupação de parte da Bacia do Rio Cocó, ao longo do riacho Tauape, que deságua nele. A ocupação foi se consolidando a partir de 1980, quando o governo militar passou a entregar o foro destas terras a grandes especuladores, provocando uma luta pela permanência de seus moradores neste local, que se tornou histórica em Fortaleza. Depois disto veio a urbanização de toda a área e por fim a qualificação como Zona Especial de Interesse Social (ZEIS) para o fim exclusivo de moradia popular. Estima-se uma população de 12000 habitantes e após 25 anos da urbanização, que começou em 1987 e sem uma manutenção adequada, quase tudo já voltou ao que era antes. As escolas e postos de saúde, aos quais os moradores têm acesso, ficam nos bairros vizinhos e o único equipamento público existente dentro do Lagamar é um CRAS.

A população é relativamente jovem o que é facilmente visível pela quantidade de crianças e adolescentes exposta aos riscos da drogadição e outros perigos a que são expostos. Pesa o trabalho informal, em grande parte nos sinais de trânsito e na catação de materiais recicláveis, embora algumas profissões sejam realizadas significativamente, de modo formal ou informal, tais como: vendedores, domésticas e faxineiras, pedreiros e serventes, etc.