Impacto da pandemia na saúde dos idosos

Atualizado em 8/12/2020

O cenário da pandemia pelo Covid-19 tem nos desafiado a tomar decisões em um tempo muito menor do que antes e a considerar doenças crônicas de uma nova e importante perspectiva. Por fazer parte do grupo de risco, o idoso acaba sofrendo um impacto ainda maior, já que muitas vezes apresenta diferentes comorbidades, logo, as práticas saudáveis também acabam tendo de passar por mudanças que não dependem apenas do idoso, mas principalmente de toda rede de apoio que o cerca, que vai da família, grupos de amigos e profissionais da saúde.

O distanciamento social associado às práticas de higiene continua sendo essencial para evitar a contaminação e a disseminação do vírus. Em contrapartida, aumenta a ansiedade e o sentimento de solidão fica ainda mais exacerbado durante a pandemia. O ambiente digital passa a ter um protagonismo importante, pois ele acaba diminuindo distâncias, evitando que o distanciamento seja um isolamento, sendo uma ponte tanto para a interação com familiares e amigos através de vídeo chamadas, como para entretenimento e na prática de hábitos saudáveis.

Se antes o idoso estava acostumado a caminhadas e/ou atividades físicas em grupos tanto na academia, como em parques, o ideal é que possa escolher por uma atividade leve, que não precise de instrutor presencial, mas que possa ser realizado em casa, por vídeos e/ou aplicativos que orientem em como desempenhar as atividades, como yoga e alongamentos. A alimentação também requer cuidados e se antes o idoso saía para fazer suas compras, o ideal é que opte pelo delivery, podendo programar as entregas de acordo com suas necessidades. Essa programação pode estar alinhada com um cardápio semanal mais criativo, promovendo uma interação digital entre familiares, amigos e orientações com nutricionistas.

Já os idosos portadores de Alzheimer ou outro tipo de comprometimento cognitivo, a rede de apoio deve estar ainda mais bem preparada e orientada. O distanciamento social deve ser ainda mais rigoroso e tanto a família, quanto possíveis cuidadores, devem estar cientes que os sintomas mais comuns da Covid-19 na população em geral não costuma ser os mesmos em pacientes com algum tipo de demência. Além disso, dependendo do comprometimento cognitivo do idoso, ele não consegue expressar alguns desses sintomas ou ainda, por conta da diminuição de alguns reflexos e similaridade com os sintomas das doenças de base, não chamar a atenção do familiar ou cuidador que esteja em um quadro de Covid-19, como por exemplo, em casos de distúrbios do sono, quedas e alterações gastrointestinais.

A Farmacêutica Tatiana Pereira, fundadora do Conecta 60+, explica “o farmacêutico tem um papel fundamental nesse cenário, uma vez que ele está mais próximo da população em quantidade e qualidade, dando suporte para os familiares e cuidadores”.

Pereira em seu livro, Conecta 60+ uma reflexão sobre o Envelhecimento Ativo, traça uma perspectiva otimista para o pós-pandemia “Esse conturbado e desafiador momento que estamos passando na saúde pública, nos exige um novo olhar sobre o atendimento ao idoso e mais humanização em seu tratamento”.
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Fonte: Portal Farmacêeutico