Oito tecnologias que ajudam no combate à Covid-19

Atualizado em 15/6/2020

Diversas tecnologias estão sendo utilizadas mundo afora para combater a pandemia da Covid-19, causada pelo novo coronavírus. Algumas delas ainda são novas e restritas a determinados países, mas estão em fase acelerada de testes e se mostram úteis para oferecer serviços em situação de isolamento. Enquanto isso, outras soluções mais comuns no mercado vêm ganhando importância em meios às precauções necessárias para conter o avanço da doença. Confira a seguir oito tecnologias que estão sendo adotadas para combater o novo coronavírus SARS-CoV-2.

“Doação” de processamento de placas de vídeo

A Nvidia, conhecida fabricante de placas de vídeo, está convocando usuários a doarem o poder de processamento de suas GPUs para ajudar no combate ao coronavírus. Por meio do aplicativo Folding@home, qualquer usuário que tenha um PC equipado com uma placa GeForce pode contribuir. O sistema funciona como uma rede descentralizada de processamento de dados ligada a centros de pesquisa que desenvolvem estudos relacionados à pandemia.

O desenvolvimento de modelos de proliferação da Covid-19, por exemplo, é baseado em cálculos complexos que precisam do maior volume possível de processamento. Ao doar parte do trabalho do computador – e, consequentemente, energia elétrica – um PC gamer pode ajudar a processar um pequeno pacote de informações que ajuda a reduzir o tempo necessário para encontrar uma solução para a situação.

Drones pedindo à população para ficar em casa

Em alguns países da Europa e da Ásia, governos vêm usando drones para acelerar providências contra o coronavírus em espaços públicos. Na Espanha, onde vigora um decreto de estado de emergência que ordena o isolamento por 15 dias, a polícia usa os equipamentos para sobrevoar áreas onde pessoas ainda circulam e emitir um aviso sonoro para que todos fiquem em casa. Os drones ajudam especialmente na capital Madrid, cidade mais populosa e foco de infecção no país.

Na China, autoridades vêm lançando mão dos aparelhos para acelerar o processo de desinfecção das ruas. Eles viajam por cidades inteiras espirrando produtos de limpeza, como água sanitária, por exemplo, para garantir que traços do vírus sejam eliminados de todas as zonas, principalmente daquelas onde o exército de limpeza do governo chinês não consegue passar.

Diferentes tipos de robôs

Foco do surto inicial do coronavírus, a China precisou da ajuda de robôs para evitar o contato entre as pessoas, especialmente entre pacientes e equipes de médicos e enfermeiros. Em um hotel onde mais de 200 pessoas ficaram isoladas em Hangzhou, no leste do país, um robô circulava pelos corredores para entregar comida na porta dos quartos.

Na Bélgica, a empresa de tecnologia Zorabots emprestou centenas de robôs de companhia para idosos em isolamento. A ideia é que, mesmo em casa durante a quarentena, as pessoas possam conversar com a família e os amigos por meio de videochamadas. As máquinas respondem a comandos de voz e podem acompanhar fisicamente o usuário pela casa, ajudando a melhorar a sensação de companhia.

5G e consultas remotas

A conectividade 5G vem sendo chave na China e na Coreia do Sul para permitir o contato à distância. Em robôs, a rede de quinta geração é essencial para permitir o funcionamento de sistemas de inteligência artificial. Além disso, a baixa latência da tecnologia ajuda a operar equipamentos médicos via internet com alto grau de precisão.

A Huawei chegou a instalar novas antenas de 5G em território chinês para, entre outras coisas, aumentar a cobertura de sistemas avançados de teleconferência: um paciente pode, por exemplo realizar uma consulta online com imagens em alta qualidade mesmo sem acesso à fibra ótica.

Táxi voador para transportar suprimentos

Drones com capacidade de levar carga também começaram a ser usados durante a crise provocada pela Covid-19. Na China, o táxi voador com decolagem e aterrissagem vertical eHang 216 é usado para transportar medicamentos de armazéns até hospitais sem a necessidade de um piloto. Equipado com 16 hélices e 16 motores, o veículo pode levar até 140 kg em trajetos de até 31 km de forma autônoma.

Ainda não se sabe se algo parecido será utilizado em países que também desenvolvem a tecnologia, como os Estados Unidos com a Uber, que tem o projeto do uberAIR, e a Alemanha, com a Volocopter.

Impressão 3D para peças em hospital

Em Brescia, na Itália, um hospital não podia atender a demanda de 250 pacientes na UTI precisando de respiração artificial. Além da falta de respiradores, o problema estava no estoque limitado para a reposição de uma válvula que só dura oito horas contínuas de operação. Sem substituição frequente desse componente, os aparelhos não podiam ficar ligados por muito tempo.

Foi quando o hospital teve auxílio da comunidade de entusiastas da impressão 3D. Em três horas, já havia um modelo da peça e um protótipo pronto que os técnicos podiam testar nos respiradores. Em pouco tempo, o hospital tinha à disposição mais de 100 válvulas para usar, por um custo final de menos de 1 euro por unidade, provando que a tecnologia pode ajudar em meio à superlotação de leitos hospitalares e o desgaste acelerado de equipamentos.

Pagamentos por aproximação

Os pagamentos por aproximação podem ajudar a evitar o contato na hora de fazer compras. Por meio de um chip NFC no cartão, o usuário pode comprar no débito ou crédito sem precisar tocar no terminal de pagamento e, principalmente, sem manusear dinheiro vivo. A tecnologia começou a se popularizar recentemente no Brasil e está disponível em alguns bancos, como o Nubank.

A solução também pode ser adotada no celular. Com soluções como o Apple Pay, Google Pay e Samsung Pay, o usuário pode pagar apenas aproximando o smartphone da maquininha, aprovando a compra com biometria. Seja com telefone ou cartão, a tecnologia é compatível com todos os terminais que trazem o símbolo “contactless”.

Terminais biométricos para detecção de sintomas

Empresas especializadas em identificação biométrica já começam a oferecer mecanismos de detecção sintomas de coronavírus. Terminais inteligentes da chinesa ZKTeco, por exemplo, são capazes de rastrear sintomas da Covid-19 por meio de reconhecimento facial. Segundo a empresa, o equipamento leva apenas uma fração de segundo para determinar a temperatura de uma pessoa com um desvio de 0,5 grau. A aferição de temperatura também pode ser realizada por detecção de palma da mão à distância, ou seja, sem precisar tocar no aparelho.

Por enquanto, a tecnologia está sendo utilizada apenas em fábricas da empresa, mas, ao TechTudo, a assessoria afirmou que o aparelho estará no Brasil em breve. Além de rastrear sintomas, o reconhecimento avançado pode identificar os funcionários e descobrir se a pessoa está usando máscara de proteção, por exemplo.

Fonte: Tech Tudo/Globo.com