Festival debate tecnologia, ética e inovação no pós-pandemia

Atualizado em 23/7/2020

O instituto Oi Futuro promove, nesta quinta e sexta-feira (23 e 24 de julho), um festival de inovação, o primeiro da marca. Online e gratuito, o encontro leva ao centro do debate cientistas e empresários brasileiros e estrangeiros para debater o pós-pandemia em diversas áreas: das artes à inteligência artificial e à ética. Com cobertura exclusiva pelo UOL TAB, o Festival Oi Futuro é gratuito será transmitido com interpretação simultânea de libras e entre inglês e português no UOL.

Pode parecer contrassenso pensar em discutir o futuro num momento em que todos os planos estão suspensos. Como imaginar cenários, construir caminhos e pensar em políticas públicas para um mundo que não saberemos ao certo como será, depois da pandemia do novo coronavírus?

“O futuro é sempre incerto. A gente não pode deixar de considerar isso”, pondera Suzana Santos, presidente do Oi Futuro. “A ideia não é trazer respostas, pensar num alvo e tentar chegar lá. Queremos provocar reflexões sobre esse presente, olhar para o passado, olhar o que estamos vivenciando e começar a considerar alguns caminhos que vão nos ajudar a construir o amanhã”.

“O festival é uma tentativa de aproveitar o momento de pausa naquilo que a gente vinha vivendo —meio que no piloto automático— e tentar gerar uma reflexão sobre que tipo de mundo queremos criar, que tipo de futuro. E como a gente faz para ser cada vez mais inclusivo, diverso e respeitando o planeta”, acrescenta Gabriela Agustini, uma das curadoras do evento e codiretora do Olabi, organização focada em estimular o uso de tecnologias para transformação social, ao lado de Silvana Bahia.

Com o processo de digitalização de diversas áreas da vida acelerado pela pandemia — da educação à medicina —, Santos também acredita que agora é hora de pensar em como avançar para que a tecnologia seja mais democrática. Para isso, ela aposta em ações individuais e políticas públicas. “O que a gente precisa fazer agora é entender o que mais é preciso para a sociedade utilizar essas ferramentas, e que elas sejam escaladas e disponibilizadas de uma maneira mais universal”, afirma.
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Participantes e mesas temáticas

Estarão no debate Jaqueline Goes de Jesus, uma das biomédicas responsáveis pelo sequenciamento genético do novo coronavírus dos primeiros casos de Covid-19 na América Latina; Steves Rehen, neurocientista; Daniela Klaiman e Tiago Mattos, futuristas; Christiane Silva Pinto, que criou o comitê de igualdade racial AfroGooglers quando trabalhava no Google Brasil; Tonya Nelson, diretora de Arte, Tecnologia e Inovação do Arts Council England, entre outros.

“O caminho que a gente fez foi trazer uma série de pesquisadores, cientistas, pessoas que são referências em diversas áreas, a perguntar para eles quais os questionamentos do presente”, explica Agustini. “Estamos em um momento de menos certezas e respostas, e mais de perguntas. O que a gente quer fazer é melhorar essas perguntas”.

“O objetivo central é promover o pensamento, uma reflexão sobre o futuro a partir das necessidades das pessoas, do ser humano”, destaca Santos. Para quem imagina que os temas de tecnologia, inteligência artificial e inovação sejam restritos aos cientistas e futuristas, o debate pode surpreender ao focar em uma perspectiva bastante humana e inclusiva. “Este é o ponto central: fomentar o pensamento e a reflexão com pessoas bem diversas. Não acho que vamos sair dali com respostas, mas sim com reflexões que vão servir de inspiração para pessoas, empresas e até mesmo políticas públicas que podem começar a ser construídas”, diz a presidente do Oi Futuro.

Serão oito mesas temáticas, além de palestras de abertura e encerramento, com temas como ética e humanidade na inteligência artificial, os desafios da ciência daqui para frente, a diversidade na inovação, arte como reinvenção da realidade, entre outros.

“É uma oportunidade para aquelas pessoas que não se reconhecem normalmente nesses campos de trabalho terem interesse em ouvir e refletir para onde estamos indo. Estamos todos isolados e tentando entender um pouco o que dá para criar a partir desse momento”, reflete Agustini.
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SxSW como inspiração

Esta é a primeira edição do Festival Oi Futuro, que nasceu após o cancelamento do SxSW, evento anual de cultura, mídia e inovação que acontece todos os anos em Austin, nos Estados Unidos, suspenso em 2020 por causa da pandemia. Santos conta ao TAB que a equipe do Oi Futuro estava pronta para participar do festival, inclusive com uma apresentação, e decidiu não deixar o projeto morrer.

“Com a pandemia, mudamos o curso de diversos projetos, mas conseguimos mantê-los — inclusive um museu que já estava em fase de digitalização. Com o SxSW, todo mundo sentiu muito de não poder ir. Seria um grande momento para refletir e ter ainda mais contato com esse universo de inovação. E aí pensamos: ‘por que deixar para trás esse projeto?’, e decidimos criar nosso festival”, conta Santos.

Informações Festival Oi Futuro

Data: 23/07 e 24/07, a partir das 17h

Programação completa e inscrição: https://oifuturo.org.br/festivaloifuturo/

Fonte: TAB/UOL