Coronavírus: como doar sangue em segurança durante a pandemia
Atualizado em 24/4/2020
Antes mesmo de a pandemia de coronavírus ocorrer, o Brasil já sofria com a baixa adesão de doadores de sangue. Agora, o cenário é ainda mais preocupante. No mês de março, os postos de coleta de sangue tiveram uma queda de 30% no número de doadores, segundo a Colsan (Associação Beneficente de Coleta de Sangue).
E essa diminuição pode ser explicada pelo medo do doador se contaminar em um ambiente hospitalar, além de restrições caso ele tenha tido contato com pacientes que apresentaram sintomas de covid-19.
De acordo com Silvana Biagini, gerente médica e hemoterapeuta da Fundação Pró-Sangue, de São Paulo, embora a preocupação seja válida, é importante ajudar pacientes que sofrem com outras doenças nesse momento. “Sem estoque de sangue, os hospitais não têm como continuar. A doação beneficia pessoas com doenças crônicas e até quem sofre com covid-19”, ressalta.
Para evitar aglomerações, a partir do dia 13 de abril, o doador terá que marcar um horário para realizar a doação de sangue no site da Fundação Pró-Sangue. “Já estamos tomando todas as medidas para evitar uma contaminação, mas com o agendamento fica ainda mais seguro”.
Quem pode doar e quais cuidados deve tomar?
O Ministério da Saúde informa que as doações de sangue devem continuar acontecendo neste momento de emergência frente à pandemia de coronavírus, justamente para manter os estoques e a rede abastecida.
Segundo a pasta, os hemocentros estão preparados para receber os doadores de sangue em condições seguras. Antes da pandemia, para ser um doador, era necessário ter entre 18 e 69 anos, pesar no mínimo 50 quilos e apresentar bom estado de saúde. A Fundação Pró-Sangue lista todos os requisitos para ser um doador e também os impedimentos, além dos locais geridos por ela.
Agora, por conta do coronavírus, algumas medidas estão sendo adotadas antes da coleta. Indivíduos que apresentaram sintomas respiratórios e febre nos últimos 30 dias não podem realizar qualquer tipo de doação. Além disso, se o doador esteve em contato com algum paciente que teve covid-19 ou apresentou sintomas, não poderá fazer a doação de sangue no período de no mínimo 14 dias. Vale lembrar que doadores e profissionais de saúde devem seguir medidas de higiene como lavar as mãos e manter distância necessária para diminuir os riscos e uma possível contaminação no local.
Por que doar?
É muito importante doar nesse atual momento já que os bancos de sangue por quase todo país seguem em sua capacidade mínima. Biagini explica que menos de 2% da população doa sangue no Brasil. A OMS (Organização Mundial da Saúde) ressalta que, para não haver campanhas de incentivo de doação, esse número deveria ser de 3 a 5%. “No Sudeste, esse número equivale a menos de 1,6%, imagina em outros estados. Não é algo cultural”, explica a médica.
Fonte: COEP, com informações do Viva Bem