Saúde bucal e pandemia

Atualizado em 22/9/2020

A pandemia da Covid-19 trouxe como legado à população mundial a mudança de hábitos. As pessoas passaram a se preocupar muito mais com a higienização das mãos, do corpo e do ambiente.

Além disso, outras mudanças também foram notadas, como uma maior atenção à saúde e o aumento da busca por cuidados clínicos e odontológicos.

Apesar do vírus não ser totalmente prevenido somente pelos cuidados bucais, é através da boca (ou seja, das vias respiratórias) que o vírus se propaga.

Por isso, uma série de recomendações foram feitas aos profissionais de odontologia para se prevenirem contra a disseminação do coronavírus.

Mesmo assim, se atentar aos cuidados bucais ajuda na prevenção de diversos tipos de doenças e manter a boca saudável é um aspecto para uma melhor qualidade de vida.

Ainda que o Controle e Prevenção de Doenças (CDC) não tenha estipulado um cuidado específico com a higiene bucal durante a pandemia do Coronavírus, há algumas especificidades que precisam ser levadas em consideração para quem já contraiu a doença ou teve contato com um indivíduo infectado.
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Já tive ou apresentei sintomas da Covid-19, o que fazer?

Para quem o teste deu positivo e está se recuperando em casa ou está com sintomas parecidos, o ideal é manter o máximo de isolamento possível. Talheres, pratos, panos, toalhas precisam ser de uso único e exclusivo.

Ou seja, ao utilizar destes objetos, lavar separadamente e não deixar que mais ninguém use os mesmos que você.

Já os cuidados com a saúde bucal, para quem já contraiu a doença, é necessário que troque a escova de dente imediatamente.

Para aqueles que estão com os sintomas, mas ainda não possuem o resultado do teste, é necessário que a escova de dente seja higienizada, desinfectando a cabeça e todo o cabo da escova, a fim de não proliferar mais o vírus.

Não esqueça de procurar um médico caso os sintomas sejam agravados, como apresentação de falta de ar contínua e tosse exacerbada.
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Como desinfetar a escova de dente e objetos de uso pessoal? 

Especialistas recomendam trocar a escova de dente a cada 3 meses, por considerarem que após esse período as cerdas das escovas já não são mais tão eficientes.

Porém, para os pacientes que estão com os sintomas da Covid-19, é necessário um cuidado maior com a limpeza da escova.

Como este objeto entra em contato direto com a principal via de contágio do vírus, ela precisa estar muito bem higienizada e isolada de escovas de outras pessoas.

Não basta apenas lavá-la com água corrente, é preciso também borrifar álcool 70% ou água oxigenada a 0,5% sobre toda a superfície da escova. Isso inclui, higienizar as cerdas e o cabo.

Lembre-se que em hipótese nenhuma você poderá secar a escova na mesma toalha que secou as mãos e o rosto. Isso acontece porque as bactérias que ficam presentes na toalha podem ser transferidas novamente para a escova.

As escovas também precisam ser guardadas em locais arejados, onde não seja úmido e nem quente, dessa forma, evita que mais bactérias se proliferem.

Também é necessário que a escova de dente do paciente que já contraiu ou que está com sintomas do coronavírus, seja guardada longe das demais.

Atente-se também para lavar bem as mãos, o rosto e o pulso com sabão antes de escovar os dentes, se alimentar ou cumprimentar outras pessoas.

Isso é para impedir que o vírus, que pode estar em contato nas nossas mãos, se transfiram para nosso corpo através das vias orais como a boca e o nariz.

Desinfetar objetos de  uso pessoal, como toalhas, talheres, copos etc, podem ser feitas através de banhos com álcool 70% e água. Atenção para não compartilhar os objetos com outras pessoas, mesmo se forem com parentes.
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É necessário ir ao dentista durante a pandemia?

Apesar de ser considerado um serviço essencial e não ter fechado completamente durante a quarentena, os consultórios odontológicos estão operando apenas em casos emergenciais.

É extremamente importante cuidar da saúde e manter uma rotina de exames e consultas, porém, com o avanço da pandemia cada vez maior no Brasil, recomenda-se que a ida ao dentista seja apenas em caso de emergência.

Mas, se realmente for necessário você ir a consultório, verifique junto ao seu convênio odontológico quais os profissionais que estão seguindo à risca as normas de prevenção estabelecidas para dentistas.

Veja agora o que recomenda o Conselho Federal de Odontologia para as clínicas e consultórios odontológicos sobre a pandemia do coronavírus.
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O que estabelece o Conselho Federal de Odontologia? 

O CFO orienta os profissionais de odontologia seguir algumas normas preventivas e de higienização que envolve desde antes do paciente chegar no consultório, a presença dele na recepção até o fim da consulta.

Na pré-consulta, as recomendações feitas giram em torno do relacionamento entre dentista e paciente. O dentista precisará entrar em contato com o paciente 14 dias antes da consulta para saber se não há nenhum sintoma de gripe ou doenças respiratórias.

Depois, no dia marcado da consulta é necessário ligar novamente para o paciente e se certificar de que ele não apresentou coriza, tosse e nem febre. Ou que ele não tenha viajado e estado em contato com pessoas que testaram positivo para o vírus.

Durante a consulta, na chegada do paciente ao consultório, é preciso higienizar os calçados na entrada com uma solução de  hipoclorito de sódio a 0,1% ou peróxido de hidrogênio a 0,5% e álcool a 70%.

As mãos do paciente também precisarão ser higienizadas com água e sabão além do álcool em gel. Em todos estes momentos, o paciente deve entrar no consultório com máscaras de proteção.

Os pacientes também deverão ir aos atendimentos sozinhos, e é recomendado para as clínicas que não aglomerem pessoas na sala de espera. Aos pacientes menores de idade ou portadores de necessidades especiais, o acompanhante deverá esperar em outro cômodo.

Durante a consulta, ainda, é necessário que o dentista forneça equipamentos de proteção individual tanto para si quanto para o paciente.

Tais equipamentos compreendem  protetores de face ou viseiras que devem ser utilizadas junto ao uso da máscara. Esses protetores deverão ser higienizados a cada paciente.

No decorrer do exame clínico, o dentista deverá utilizar máscara cirúrgica e óculos de proteção.

Após a consulta, todo o ambiente em que o paciente passou deverá ser desinfectado. Superfícies como maçanetas, cadeiras, banheiros, balcões deverão ser higienizados com  Hipoclorito de Sódio a 0,1% ou Peróxido de Hidrogênio a 0,5% e álcool a 70% a cada saída do paciente.

Lembrando que bolsas, mochilas e celulares não poderão entrar na sala de exame sem estar dentro de sacos devidamente higienizados.

Novas medidas, novo normal

As normas de proteção servem como medidas preventivas para a diminuição da disseminação do vírus. Além disso, é uma forma de proteção aos dentistas que são um dos profissionais mais expostos ao contágio.

Ainda assim, a recomendação é que a busca por médicos clínicos e dentistas só aconteçam em caso de emergência.

Dentro de casa, o ideal é manter o máximo de isolamento social e higienização de objetos pessoais como escovas de dente, toalhas, talheres, copos etc.

A medida de limpeza correta de tais objetos servem não só para diminuir o risco de contágio pelo novo coronavírus, como também, limitam a proliferação de bactérias que causam infecções e doenças generalizadas.
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Conteúdo produzido por Beatriz Estima, assessora e redatora da empresa Ideal Odonto
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Fonte: Costa Norte