Risco de Covid-19 em banheiro público: médico sanitarista orienta como se prevenir

Atualizado em 27/10/2020

Com a sinalização da volta às aulas e a reabertura de shoppings, galerias, bares e restaurantes na pandemia, o cuidado ao usar o banheiro público deve ser redobrado. Mesmo se o banheiro for chique e bem decorado, ele pode esconder focos de contaminação. Por isso, todo o cuidado é pouco.

Identificar os possíveis riscos é a melhor forma de prevenir do coronavírus e também de outras doenças que podem estar escondidas no banheiro público. O toque é do médico sanitarista e professor de medicina da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Gilberto Berguio Martin. “Os banheiros são ambientes que muitas vezes têm menor circulação de ar. Por isso a orientação é de que a gente toque o mínimo possível nas coisas no banheiro. Qualquer tipo de uso que a gente vá fazer é preciso cuidados redobrados de uma forma geral”, alerta o especialista.

Como é impossível não ter contato nenhum com as superfícies do ambiente, é importante sempre estar atento à higiene das mãos no banheiro. “O ideal é lavar as mãos assim que chegar no banheiro. E depois que fez uso, ir na pia e lavar as mãos novamente com água e sabão”, sugere o médico sanitarista. Além disso, sempre é bom enfatizar: não tire a máscara no banheiro público, afinal, por ter baixa circulação de ar, o coronavírus pode estar por ali.

A importância do distanciamento social se torna ainda mais necessária neste ambiente. Aquele hábito de algumas mulheres de irem juntas ao banheiro público nem pensar durante a pandemia. Além disso, é preciso respeitar o limite de capacidade do lugar. Por isso, se o banheiro estiver lotado, espere do lado de fora, respeitando a distância de 2 metros para quem está na frente a atrás na fila.
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Descarga com a tampa sempre fechada

Você tem o costume de dar a descarga com a tampa da privada aberta? Cuidado! O hábito pode não só ajudar a propagar o coronavírus como também outras doenças.

A principal via de contaminação da covid-19 continua sendo a saliva, mas a urina e as fezes também podem disseminar a doença. Com a descarga de tampa aberta, as gotículas aerossóis de urina podem se espalhar pelo ar, o que aumenta o risco de contágio.

Segundo o médico sanitarista, fechar a tampa do vaso sanitário faz parte da prática da boa higiene. “A gente é obrigado a fazer tudo aquilo que a boa higiene manda e isso não muda na pandemia”, orienta o especialista.
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Vai sentar no vaso sanitário? Álcool gel

Se a intenção é ir ao banheiro público para fazer o número dois, o ideal é higienizar bem o assento do vaso com toalha de papel e álcool 70% – porcentagem menor não adianta de nada, vale ressaltar. “Se possível, é importante higienizar a patente. Fez o uso do lugar, vai até a pia e lave a mão com água e sabão. São cuidados gerais que já devemos ter, mas que devem continuar no período de pandemia”, salienta.
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Secador de mãos? Nem pensar

Sabe aquele secador de mãos, que geralmente tem banheiros de shopping? Esqueça durante a pandemia! “O mais adequado é usar a toalha descartável. O secador de mãos não é recomendado, por mais que a gente não entre em contato com as bordas, o processo de secagem de ar comprimido por si só pode fazer a locomoção do vírus e ser uma possível fonte de contaminação”, ressalta o médico sanitarista.
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Hábitos da rotina

Por mais grave que seja a situação da pandemia, o risco de contrair o coronavírus fez com que as pessoas mudassem hábitos. “Apesar que ainda há quem não respeite, o hábito de higiene de mãos e o uso das máscaras está incorporado no dia a dia das pessoas”, comenta Martin.

E não só o coronavírus, como a gripe, e doenças como conjuntivite e diarreia podem ser prevenidas com a lavagem das mãos. “Levar as mãos é regra fundamental. Elas são a nossa principal fonte de contaminação. Costumo dizer que as mãos estão para o covid-19 como o mosquito Aedes está para a dengue. Lavar as mãos sempre que possível, de preferência com sabão líquido”, reforça o doutor Martin.
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Fonte: Tribuna do Paraná