Impacto da Covid-19 na obstetrícia

Atualizado em 5/7/2020

Com a covid-19 como fica o acompanhamento pré natal? E o afastamento de gestantes? Saiba mais sobre a amamentação, parto e pós parto em tempos de pandemia.

Acompanhamento pré natal, cuidados e adaptaçõesdurante a pandemia

Para o atendimento pré-natal, obstétrico ou puerperal é necessário avaliar se a paciente não apresenta nenhuma alteração que a classifique como caso suspeito, provável ou já diagnosticado como portadora da COVID-19. Teremos então basicamente dois grupos de atendimento neste período de pandemia, o de mulheres assintomáticas e o de mulheres sintomáticas.

Sabendo-se a importância do pré natal realizado corretamente, este deve seguir em acompanhamento médico normalmente. Porém, devem ser tomadas as medidas gerais para impedir a propagação do Corona vírus como uso de máscaras por todos da equipe e pela paciente, higienização correta das mãos e uso de álcool em gel. Além disso, deve-se evitar a presença de acompanhantes durante as consultas quando possível.

Afastamento:

Para todas as gestantes de alto risco, é indicado que sejam afastados do seu trabalho durante a pandemia. Além disso, gestantes que trabalham na linha de frente na área de saúde também é aconselhado que se afastem do trabalho assim como gestantes as quais o trabalho exige contato com muitas pessoas.  Gestantes que são casos suspeitos ou confirmados deverão seguir assim como o restante da população o isolamento. Dentro do CID 10, os códigos que podem ser utilizados são: B34.2 – Infecção por coronavírus de localização não especificada; Z35.7 – Supervisão de gravidez de alto risco devido a problemas sociais; ou Z20 – Contato com e exposição a doenças transmissíveis

Parto na suspeita ou confirmação de covid-19

Durante o trabalho de parto, é orientado que a paciente com suspeita ou confirmação de COVID-19 use máscara cirúrgica e toda a equipe que auxilie no parto deve estar com os EPIs adequados. Nesse caso, a via de parto segue de acordo com a indicação obstétrica. Porém, em gestantes com insuficiência respiratória é indicado que o parto seja realizado por cesárea.

Uma diferença do período sem pandemia se refere ao cordão umbilical, que deve ser clampeado imediatamente. Além disso, deve-se evitar o contato pele a pele de mãe-criança logo após o parto, sendo esse considerado adequado após o primeiro banho do neonato.

Pós parto na suspeita ou confirmação de covid-19

Nesse período, não é necessário o alojamento separado do binômio mãe-neonato porém é indicado que o berço da criança esteja a pelo menos 2 metros da cama da mãe. Além disso, deve-se evitar visitas.

Em relação a transmissão vertical, muito questionada ultimamente, ainda não há estudos conclusivos, porém, até o momento não existem casos confirmados de coronavirus por esse tipo de transmissão.

Amamentação por mães com suspeitas ou portadoras de covid-19

Em relação ao tema amamentação, se discute sobre a contra-indicação ou estimulação desse processo. Sabendo a importância da amamentação nos primeiros meses de vida da criança, estudos mostram que a amamentação em mães portadoras ou suspeitas de COVID-19 deve ser estimulada, levando em consideração o desejo da mãe de amamentar e o seu estado geral. Para que esse processo possa acontecer de maneira segura, é indicado que a mãe utilize máscara cirúrgica e higienize corretamente as mãos antes de amamentar. 

Retomando os pontos mais importantes

Em relação ao pré natal deve-se 

  • Seguimento separado para sintomáticas e assintomáticas
  • Afastamento se alto risco ou muito contato;
  • Precauções como em todo setor

Em relação ao parto:

  • Via de parto de acordo com indicação obstétrica
  • Cordão deve ser clampeado imediatamente
  • Deve ser evitado o contato pele a pele pós parto 
  • Distância de 2 metros entre berço do neonato e cama da mãe

Em relação a amamentação:

  • Estimulada de acordo com desejo e estado de saúde da mãe
  • Uso de máscara cirúrgica pela mãe
  • Higienização das mãos antes da amamentação

Todas as informações foram baseadas nos estudos mais recentes realizados até 05/05/2020, com base nas referências abaixo.

Autora: Maria Paula Piassi Brasileiro

Presidente da Liga Acadêmica de Ginecologia e Obstetrícia de Franca – LAGOF

Referências

Fonte: Sanar Med