Entenda sobre sanitização de empresas com casos de Covid-19

Atualizado em 21/8/2020

O fechamento de empresas para desinfecção, após funcionários testarem positivo para o novo coronavírus é uma realidade em Araraquara. Segundo dados da Prefeitura, desde o início da pandemia no município, ao menos 35 empresas foram notificadas pela Vigilância Sanitária para realizar o procedimento, que deixa muitas dúvidas em relação a prazos e necessidade.

“Quando acontece um surto ou caso, a Vigilância Epidemiológica passa isso para a Vigilância Sanitária e vamos investigar o local. Nem sempre há necessidade de fechar a empresa e é isso que as vezes as pessoas estão equivocadas, pois não é um protocolo. Houve casos onde a empresa resolveu fechar ou paralisar para fazer alterações, inclusive sanitização para se adequar melhor as normas preventivas”, explica a gerente da Vigilância Sanitária, Silvia Aparecida de Souza Adalberto.

Em meio à pandemia da covid-19 diferentes protocolos de saúde foram instituídos de forma intersetorial e setorial, como uma espécie de guia ou orientação às empresas para que elas adotem medidas, que vão desde a limpeza constante dos ambientes, até mesmo a obrigação de comunicar caso algum funcionário seja positivado para a doença e ter ações efetivas para prevenir o contágio.

“O monitoramento de todos os funcionários quanto a casos confirmados e sintomáticos e a gente pede que a empresa faça um protocolo de medidas sanitárias de prevenção, pois a empresa que tem que fazer esse protocolo com as medidas que ela vai tomar e dentre essas medidas a sanitização, intensificação de limpeza e higiene, diminuição dos turnos de trabalho, disponibilização de álcool em gel, medição de temperatura, intensificação de limpeza nos sanitários, então a empresa adota várias medidas para impedir a transmissão em seus funcionários”, explica.

Somente no mês de junho, a Vigilância Sanitária de Araraquara fez 507 inspeções relacionadas orientações sobre o decreto de calamidade pública e medidas sanitárias. Houve ainda 35 estabelecimentos visitados para investigação de surto, após um ou mais funcionários testarem positivo para o novo coronavírus.

“Esses estabelecimentos foram atividades variadas para investigação de surto. Quando positiva um caso, dois, isso é um sinal para que eventualmente nessa empresa possa ter surto. Aí vemos o ambiente, verificamos para barrar que haja uma contaminação atrás da outra. Porque contaminação nas empresas vai ter, não tem como, as pessoas estão circulando e pode acontecer na casa ou empresa. O que buscamos é prevenir, tentar que aconteça de uma forma mais lenta”, ressalta.

Questionada sobre qual o período de fechamento de uma empresa para realizar a sanitização ou desinfecção, Silvia explica que não há um prazo definido, uma vez que as ações variam de acordo com a situação. Até por essa variação, há casos em que a empresa fica fechada por dias – quando possui protocolo e atende aos apontamentos -, ou até semanas, quando há necessidade de interdição porque não foram tomadas todas as medidas notificadas.

“Tem alguns casos em que fazemos a notificação pedindo para que paralise por no mínimo sete dias, depois essa empresa é reavaliada e volta ao funcionamento normal e a empresa acata. Pode ocorrer situações em que a empresa alega que não vai paralisar e continuar mesmo com a situação de transmissão e aí abrimos um processo administrativo de auto de infração e interdição”, diz.
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TRÊS INTERDIÇÕES
Desde o início da pandemia foram três casos de interdições de empresas por causa do não cumprimento de medidas para evitar a transmissão do novo coronavírus. Para estes casos, é feita a notificação, é aberto um processo administrativo e feita a interdição. Por causa do trâmite, esse processo é mais demorado e causa mais transtorno ao empresário.

“Muitas vezes fazemos por notificação e as empresas mesmo acatam as orientações, acatam os dias que foi solicitado, monitora com a gente os casos, porque é interesse dela também. Não é interessante para nenhuma empresa que ocorra um surto, muita gente contaminada e muita gente doente ao mesmo tempo”.
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LIMPEZA É MAIS EFICIENTE
Entre todas as medidas que estão sendo discutidas e adotadas pelas empresas neste “novo normal”, a gerente da Vigilância Sanitária ressalta que a limpeza diária é mais eficiente do que a sanitização, que acaba tendo que paralisar o funcionamento da empresa para fazer uma higienização profunda dos ambientes, equipamentos, áreas externas e utensílios usados pelos colaboradores.

“A limpeza diária é eficiente. A gente até orienta que cada trabalhador higienize sua bancada de trabalho sempre, de forma constante. Saiu para almoço e voltou higieniza. De manhã, hora que for começar higieniza sua bancada de trabalho com álcool 70% ou detergente. Computador, mouse, telefone, toda vez que for trabalhar faça a higienização, que é muito eficiente”, finaliza.
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Por:Walter Strozzi

Fonte: ACidadeON/Araraquara