Entenda como a prática de exercícios físicos pode ajudar no combate à Covid-19

Atualizado em 19/11/2020

Pesquisa do IFSULDEMINAS – Campus Muzambinho relacionou a prática de exercícios físicos como medida de prevenção da COVID-19.

Segundo o artigo, que foi recentemente aceito para publicação na revista científica internacional Journal of Cardiovascular Sciences, nosso organismo pode se beneficiar da prática de exercícios físicos através da modulação do Sistema Renina Angiotensina Aldosterona que pode atenuar/reduzir as manifestações clínicas da doença.

O artigo foi escrito pelos professores do Campus, Renato Aparecido de Souza (atual Diretor-geral do Campus), Priscila Missaki Nakamura e Wonder Passoni Higino, pelo professor da USP Inaian Pignatti Teixeira e pelo médico Cardiologista Clínico e Intervencionista do Centro Médico de Campinas (CMC), Marco Tulio de Souza.
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Como ocorre essa relação?

Segundo Renato De Souza, o Sistema Renina Angiotensina Aldosterona “possui algumas vias, dentre elas a via clássica onde a Angiotensina 1 é convertida em Angiotensina 2 por meio da enzima ECA. E também uma outra via, considerada como alternativa da ECA 2, onde a Angiotensina 1 é convertida em Angiotensina 1-7 por meio da enzima conversora de Angiotensina 2 (ECA 2). E é justamente essa enzima, identificada recentemente como o sítio de ligação do novo coronavírus, do SARS-COV2, que recebendo a ligação do novo coronavírus desencadeia uma série de processos celulares bioquímicos, sobretudo no tecido pulmonar de maneira sistêmica, diminuindo a expressão (down regulation) da ECA 2 levando à prejuízos teciduais, funcionais que podem levar a morte”.

O pesquisador ressalta que existe uma vasta bibliografia que relaciona a prática de exercícios físicos à modulação do Sistema Renina Angiotensina Aldosterona. “Então ao considerarmos todos esses argumentos, nós também consideramos que o exercício físico possa ser de fato um instrumento de proteção à manifestação clínica do novo coronavírus, uma vez que ele modula positivamente o sistema de atuação fisiopatológica do SARS-COV 2.

Dessa forma os autores defendem que “o exercício físico deveria ser considerado como uma medida protetiva protocolar, tal qual a lavagem de mãos e uso de máscaras no combate/enfrentamento à COVID-19”.

Renato também destacou sua alegria com tal descoberta uma vez que “desde dezembro de 2019 milhares de pessoas no mundo inteiro sofrem com a morte de familiares e ter a possibilidade de contribuir com o entendimento científico de uma alternativa de como podemos superar este enorme desafio é sem dúvida uma das minhas maiores satisfações profissionais”.

Mais explicações sobre o artigo podem ser conferidas pelo link:
https://www.youtube.com/watch?v=19AMrvfVL3o&feature=youtu.be
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Fonte: Instituto Federal do Sul de Minas Gerais/Campus Muzambinho