É possível transportar o coronavírus pelo sapato?

Atualizado em 14/9/2020

Muitas pessoas têm tirado os sapatos antes de entrar em casa, para “deixar o vírus na rua”. Essa medida é eficiente, mas por um motivo diferente do imaginado: o local de contaminação mais provável é a superfície do sapato, e não a sola. Ainda não há provas se, ao tocar locais infectados, os sapatos possam “carregar” o vírus.

“É bem improvável que as solas dos sapatos sejam expostas ao vírus. Por outro lado, é provável que o vírus se acumule na superfície dos sapatos e seja transportado [para casa], em caso de exposição da pessoa a gotículas [infectadas]. Por isso, é importante higienizar as mãos ao chegar a casa, remover calçados e roupas utilizados durante o dia e não tocar o rosto durante esse processo”, afirma Neris.

“É possível [que as solas se contaminem], mas vai depender de qual é a superfície, da temperatura, da umidade, da luminosidade e do inóculo infeccioso que está presente ali. Mas, em tese, é possível”, observa Westin.

Quanto ao tempo ele dura em superfícies, há diversas estimativas em relação a isso. Como já dito, tudo vai depender do ambiente e do tipo da superfície. O contato direto, por sua vez, é considerado a principal forma de contágio.

“Um estudo recente descreveu que a meia-vida do vírus em diferentes superfícies varia de duas a sete horas. Entretanto, vírus ainda podem ser detectados por até 72 horas em pequenas quantidades. Em ordem de persistência, temos cobre (até 4 horas), papelão (até 24 horas), aço inoxidável (até 48 horas) e plástico (até 72 horas)”, afirma o virologista Neris. Meia-vida é o tempo que leva para ser destruída metade dos vírus em contato com uma superfície.
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Fonte: UOL