Como a telemedicina está contribuindo para salvar vidas na pandemia do coronavírus?

Atualizado em 15/7/2020

Desde o início da propagação do coronavírus no Brasil, a recomendação de médicos e especialistas é que as pessoas fiquem em casa e evitem sair às ruas. Isso obrigou os brasileiros a mudarem seus hábitos e repensarem os compromissos do dia a dia, como fazer compras e pagar contas.

Entretanto, como fica a situação para milhões de brasileiros que necessitam de acompanhamento médico constante? Para não adiar consultas essenciais para os pacientes que precisam ter outros quadros clínicos acompanhados, a solução encontrada foi a telemedicina, uma evolução no setor de atendimento.

Desde maio, o Ministério da Saúde disponibilizou o atendimento virtual nos postos de saúde da Atenção Primária para os pacientes do SUS. Dessa forma, profissionais da área da saúde, como médicos e enfermeiros, são capazes de atender a população de forma segura, evitando as aglomerações do atendimento presencial.

A medida traz benefícios de diversas formas. Uma delas é a redução da circulação de pessoas nos postos de saúde, que contribui para a diminuição do contágio do coronavírus. Essa mudança faz com que os profissionais e os pacientes tenham menos chances de serem infectados.

Outro benefício é que os pacientes podem continuar tendo um acompanhamento médico de sua saúde. Quem necessita solicitar os exames de rotina, por exemplo, não precisa adiar o check-up para saber se a saúde está em dia. Aqueles que carecem de receita para comprar remédios também se beneficiam com o uso da telemedicina.

A teleconsulta ainda facilita o atendimento daqueles que moram longe dos postos de saúde. Assim, a parte da população que poderia ter dificuldades em ter um atendimento presencial não é excluída, tendo um canal para manter sua saúde em dia.

A adoção da teleconsulta é benéfica até do ponto de visto econômico. Os postos de saúde conseguem uma certa economia em relação aos gastos de recursos da unidade.

Funcionamento

A teleconsulta pode acontecer tanto por telefone, ou videoconferência, em celulares ou computadores. O processo é bem semelhante com o de uma consulta normal, em que o paciente descreve, com detalhes, o que está sentindo, respondendo às questões feitas pelo médico.

O atendimento é registrado em um prontuário clínico preenchido a cada consulta. Eles deverão conter data, hora, tecnologia e tipo de comunicação utilizada no atendimento, além do número do Conselho Regional Profissional do médico.

Ao final da consulta, o profissional pode emitir um atestado ou uma receita, a ser enviada para o paciente por e-mail ou mesmo no celular, via aplicativo de troca de mensagens. Também é enviado um resumo do que foi discutido na consulta, acompanhado de uma pesquisa de satisfação.

As informações da consulta, como receitas, prontuário e diagnóstico, ficam salvas em plataformas on-line. Uma vez armazenadas, não será possível alterar os dados no futuro, nem mesmo por questões judiciais. As informações salvas também servirão para criar ou dar continuidade ao histórico do paciente.

Além das consultas de rotina e que visam tratar outras questões de saúde, a telemedicina ajuda no combate ao coronavírus. Por meio desses atendimentos, os médicos podem assistir pessoas que relatam ter os sintomas da doença, sem a necessidade de sair de casa e colocar mais indivíduos em risco.

Futuro

A adoção da teleconsulta foi aprovada no Brasil somente enquanto durar o período de pandemia do coronavírus no país. Uma eventual extensão do programa irá depender da regulamentação do Conselho Federal de Medicina (CFM).

Em países como a China e a Itália, a adoção do serviço pelo público tem sido alta, mostrando que a estratégia é uma boa ideia para aproximar o médico ao paciente. Porém, uma extensão do programa deve pensar, também, em como chegar as pessoas que não tem acesso à Internet, para que elas não fiquem de fora desse avanço.

Fonte: Costa Norte