Covid-19: quais cuidados devemos ter no verão

Atualizado em 8/12/2020

A estação mais esperada do ano está chegando e com ela as preocupações com os cuidados com a Covid-19. Entenda como redobrar a atenção com a saúde no verão

A estação mais esperada do ano está chegando e com ela as preocupações com os cuidados com a Covid-19. Segundo Arthur Feltrin, pneumologista em São Paulo, mesmo que a permanência do vírus seja menor no calor, não é hora de relaxar com os cuidados. “No verão, mesmo que as pessoas tendam a se hidratar mais, comer de forma mais leve e saudável e se expor mais ao sol o que resulta no aumento da vitamina D e, consequentemente, da imunidade, é importante focar nos cuidados com a imunidade o ano todo e manter atenção redobrada em relação ao vírus”, diz.

A seguir, ele esclarece algumas das principais dúvidas e explica a importância de se manter consciente e protegido durante a temporada mais quente do ano:
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É indicado frequentar piscinas e mares?

Para muitos, aproveitar bem os dias de sol é sinônimo de frequentar mares e piscinas. Mas, como proceder com a pandemia? Se você não puder ficar em casa – que é o lugar mais seguro – Arthur explica que a água não é um ambiente amigável para o vírus e que é possível frequentar piscinas e mares desde que com os cuidados recomendados. “Procure sempre manter o distanciamento de no mínimo dois metros entre as pessoas e evite entrar na água quando tiver um número considerável de pessoas ou aglomerações. Não compartilhe alimentos, bebidas, equipamentos como guarda-sol e cadeiras e brinquedos e sempre que possível faça o uso da máscara e do álcool gel”, diz.
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Mudanças de temperaturas podem prejudicar nossa respiração?

“Podem e muito. Temperaturas muito altas nas ruas deixam a umidade do ar baixa o que causa dificuldade na hora de respirar. Já o ar condicionado nos ambientes, geralmente com temperaturas amenas, provocam uma mudança brusca de clima e esse feito faz com que o corpo tenha que se adaptar rapidamente”, diz. O especialista explica que quando vamos de um ambiente quente para o frio, a pressão aumenta e pode ocorrer uma crise hipertensiva. “Do contrário, por sua vez, do frio para o quente, o sangue fica mais espesso, as artérias se contraem e a pressão tende a cair.  O que se agrava muito quando o assunto são os sintomas do coronavírus.  No verão, a alternância brusca de temperatura deixa o organismo mais vulnerável, com a imunidade mais baixa, permitindo assim que os vírus e as bactérias típicos de verão ataquem o corpo”, elucida.
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Como cuidar da proteção da pele e da higiene no verão?

Os cuidados com a pele no verão precisam ser adaptados pois ela sofre alterações nos níveis de hidratação. A maior exposição ao sol, a produção de suor e lavar constantemente as mãos e o rosto, sem a utilização de produtos adequados, podem ter efeitos indesejados como irritações, inflamações, fissuras e acne que são porta de entrada para bactérias e infecções diminuindo a imunidade e permitindo que o corpo fique suscetível a vírus.
“Recomendo o uso de protetor solar e de fotoproteção oral, evitar os horários de pico do sol,  abusar da ingestão de água, ter uma alimentação leve e saudável e fazer trocas inteligentes de produtos de beleza como substituir o creme por sérum, loções e até mesmo águas termais”, diz.
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Como driblar a sensação de calor com a máscara? 

Muitas pessoas afirmam sentir mais calor com a máscara. Segundo Arthur, isso, provavelmente, acontece porque retemos mais calor por dentro dela. “Quando respiramos, nosso corpo esfria e o uso de uma máscara que esquenta rapidamente o ar, pode fazer com que nossa temperatura suba e cause esse efeito de que a máscara está te deixando com mais calor. A minha dica é que evite sair e realizar tarefas nos horários de maior incidência de sol e calor. Opte pelo início da manhã, final de tarde e noite”, recomenda.

Outro fator determinante é o tecido da máscara. “Dê preferência pelas de algodão ou de pano que podem ser lavadas e secadas ao ar livre e não se esqueça que a máscara tem que estar confortável no seu rosto. Nem apertada demais causando abafamento e nem larga a ponto de não proteger corretamente”, indica. E lembre-se: quando a máscara está suada ela pode grudar no rosto e obstruir a respiração. Tenha sempre uma reserva para fazer a troca!
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Como o chamado “estresse por calor” pode impactar na contaminação do coronavírus?

“O estresse por calor faz com que o corpo fique incapaz de resfriar adequadamente e que a temperatura do corpo continue subindo. Quando isso acontece e o indivíduo não consegue eliminar o excesso de calor através da evaporação do suor na pele, ocorrem sintomas como desmaios, desorientação, câimbras e em alguns casos até efeitos mais graves como falência de órgãos importantes”, diz.

O pneumologista reforça que o suor não transmite o coronavírus. “Pelo contrário, suar a camisa é essencial na prevenção e controle de fatores que levam às complicações do vírus. Porém, o corpo perde líquido e pode até desidratar aumentando assim a necessidade da ingestão de água. A atividade física faz com que o corpo produza substâncias anti-inflamatórias”, complementa.

Fazer exercícios regularmente ajuda a equilibrar a imunidade pois trabalha o diafragma e os músculos intercostais, relaxa, melhora a circulação, fortalece o coração, auxilia no controle do peso e da glicemia e aumenta a produção de enzimas que protegem o sistema respiratório”, explica. “No verão, com as altas temperaturas, recomendo que as atividades sejam feitas ao ar livre evitando assim aglomerações e ambientes fechados que facilitam a transmissão da covid-19”, finaliza.
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Fonte: Marie Claire