Como os farmacêuticos lidaram com a pandemia

Atualizado em 21/10/2020

Os farmacêuticos representam frequentemente a primeira possibilidade de entrar em contato com os cuidados em saúde

Os farmacêuticos representam frequentemente a primeira possibilidade de entrar em contato com os cuidados em saúde, pois, segundo a farmacêutica Daiana Maria Tezotto, em muitos locais os acessos aos hospitais durante uma pandemia como a que enfrentamos, por exemplo, se torna difícil. “A farmácia é um local de fácil e rápido acesso para realizar o primeiro atendimento aos doentes, cabendo ao farmacêutico fazer a triagem inicial dos sintomas e, conforme a gravidade, direcionar o paciente para um atendimento hospitalar ou um tratamento residencial”.

A procura pelo farmacêutico como primeira opção é apontada também em uma pesquisa sobre a Covid 19 no Brasil, realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que apresentou um índice de 11 milhões de pessoas automedicadas em um universo de 22 milhões que tiveram alguns dos sintomas da doença. Estes números, avaliados pela Fenafar (Federação Nacional dos Farmacêuticos), reforçam que a exposição do farmacêutico ao Coronavírus é uma das maiores entre os profissionais de saúde. “Precisamos ter uma saúde mental boa, pois estamos lidando diariamente com o desconhecido. E temos ainda que auxiliar a população para que não se instale um pânico, gerando filas imensas em hospitais, aumentando o risco de disseminação da doença”, ressalta Daiana.

Para a farmacêutica, a utilização frequente e correta dos equipamentos de proteção e a higienização das mãos, durante o período de trabalho se torna uma arma contra a contaminação do profissional, que nestes casos, junto com outras áreas da saúde, geralmente representam uma parcela grande do número de contaminações, contribuindo para a disseminação da doença. No final de junho, o Ministério da Saúde estimava em 3,4 mil farmacêuticos entre suspeitos e confirmados com o Coronavírus no Brasil.

Muitos têm sido os desafios desta pandemia, mas na opinião de Daiana, que também é professora de farmacologia, a maior dificuldade no segmento em que atua é manter a farmácia abastecida com suprimentos de proteção e higienização, fazer a correta orientação tanto dos técnicos quanto da população em um assunto em que não existem ainda estudos. “O farmacêutico, neste caso, precisa estar atualizando-se constantemente, pois só assim irá desempenhar o trabalho de orientação corretamente”. Para a profissional, um ponto importante a destacar é a disponibilização de testes rápidos para a detecção da Covid-19  nas farmácias, o que contribui para a correta identificação dos sintomas e desafogamento do sistema público de saúde.

A atuação de um profissional de farmácia durante uma pandemia se dá em diversas pontas, segundo a farmacêutica, como na linha de frente em hospitais e drogarias, laboratórios de análises clínicas, estudos para a descoberta da medicação adequada, na indústria para a produção destes medicamentos, após os testes clínicos, entre outras. “O farmacêutico, sem dúvida, é um profissional imprescindível na área da saúde em qualquer momento, ainda mais neste em que estamos passando”, finaliza Daiana.
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Fonte: Terra