O COEP, desde a sua criação em 1993, vem atuando no sentido de mobilizar e articular suas associadas, outras organizações e as pessoas em geral para o Enfrentamento de problemas decorrentes de eventos climáticos extremos. A atuação do COEP abrange a implementação de ações pontuais para fazer frente a situações de emergência causadas por calamidades, como as enchentes e secas, mas, também, a articulação de ações estruturais, de mais longo prazo, envolvendo diferentes parceiros.

Ações do COEP

-> Mobilização de solidariedade aos atingidos pela enchente no Sudeste – 1996

“As chuvaradas de verão, quase todos os anos, causam no nosso Rio de Janeiro, inundações desastrosas. Além da suspensão total do tráfego, com uma prejudicial interrupção das comunicações entre os vários pontos da cidade, essas inundações causam desastres pessoais lamentáveis, muitas perdas de haveres e destruição de imóveis.” – Lima Barreto – Vida urbana, 19/1/1915

Em 28 de fevereiro de 1996, após as enxurradas que atingiram o Rio de Janeiro deixando 6.500 desabrigados, o COEP articulou suas associadas para discutir um plano de ajuda aos atingidos pelas fortes chuvas. A proposta era também formular uma estratégia de longo prazo para futuras emergências.

Naquele encontro foi consenso que a recorrência dos temporais no Rio de Janeiro, aliada à situação geográfica, ambiental e social da cidade exigia uma ação pró-ativa dos governos, com a manutenção de mecanismos preventivos e de emergência prontos para serem acionados.

Mobilizadas, as associadas ao COEP iniciaram um esquema de ajuda às vítimas do temporal, partindo também para a discussão dos meios e maneiras de preparar a cidade para conviver com os temporais que chegavam pontualmente todos os verões.

Foi assim que surgiu a ideia do seminário Prevenção e Controle dos Efeitos dos Temporais no Rio de Janeiro, organizado pela COEP e pela COPPE/UFRJ, em agosto de 1996. No evento, que reuniu técnicos, pesquisadores de várias universidades e institutos de pesquisa, políticos e militantes de ONGs, foram partilhados experiências e conhecimentos. Foram, também, criados grupos de trabalho visando a formulação de um conjunto de recomendações para apresentação às autoridades e à sociedade.

Todos esses trabalhos resultaram na publicação, pela COPPE/UFRJ, do livro “Tormentas Cariocas: Prevenção e Controle dos Efeitos dos Temporais no Rio de Janeiro”, distribuído para gestores dos municípios, representantes de órgãos públicos, do estado e dos municípios do Rio, Ong’s, parlamentares, órgãos técnicos.

Nesse livro, o sociólogo Betinho, presidente do Conselho Deliberativo do COEP e um dos mentores dessa articulação já dizia: “Não é por falta de diagnóstico e de conhecimento técnico e científico que as casas desabam e as pessoas morrem durante as chuvas fortes no Rio de Janeiro. Já no século XVIII foi feito o primeiro diagnóstico sobre os temporais na cidade. Desde então, temos produzido análises cada vez mais acuradas, mais complexas e mais científicas. Mas de pouco serve tanto saber, diante da imprevidência do Poder Público que nunca assumiu de forma decidida a questão das enchentes e da relação entre a população, meio ambiente e catástrofe. O Poder Público chega sempre como bombeiro, nunca como o administrador que previne para que o pior não aconteça.  ………”

-> Mobilização de solidariedade aos atingidos pela seca no Nordeste – 1998

->  Reunião Emergência no Sebrae – maio de 1998

-> Reunião Conselho Deliberativo – Workshop Projetos Inovadores para o Polígono da Seca: Gestão, Capacitação e Mobilização – 1998

-> COEP CE integra campanha Força Solidária para mobilização em apoio às vítimas das enchentes no Estado do Ceará – maio de 2009

O COEP Ceará integrou, no ano de 2009, a Campanha Força Solidária, que teve o objetivo de ajudar as vítimas das enchentes no Estado do Ceará. Centenas de pessoas ficaram desabrigadas em decorrência das chuvas e 132 municípios cearenses decretaram estado de emergência. Além de perder suas casas, muitas pessoas ficaram sem móveis e objetos domésticos. No interior, muitos agricultores perderam suas safras.

A campanha arrecadou e distribuiu alimentos,  água mineral, roupas e cestas básicas. Também foram reconstruídas e construídas casas, escolas e estradas.

-> Mobilização em socorro às vitimas das chuvas em Angra dos Reis  – outubro de 2009

-> Mobilização para ações em prol da população do Haiti – outubro de 2009

Em 2009, o COEP articulou a sua rede e mobilizou outras organizações e pessoas para ajudarem no processo de reconstrução do Haiti, por meio de doações financeiras a instituições parceiras, como Caritas, Actionaid e o Viva Rio, que atuam naquele país. O COEP CE, em apoio à mobilização iniciada pelo COEP Nacional, realizou a doação de medicamentos, material de higiene, roupas, toalhas e lençóis à Cruz Vermelha.

-> COEP e COPPE debatem efeitos dos temporais no RJ – junho de 2010

O COEP e a Coppe/UFRJ realizaram, no dia 2 de junho de 2010, o “II Seminário Prevenção e Controle dos Efeitos dos Temporais no Rio de Janeiro – avanços, retrocessos e desafios”, no Centro de Gestão Tecnológica da Coppe (CGTEC) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O objetivo do seminário foi avaliar o avanço e os retrocessos ocorridos desde a realização do I Seminário, em agosto de 1996.

O evento foi aberto pelo presidente do COEP, André Spitz, pelo diretor da Coppe/UFRJ, Luiz Pinguelli Rosa, e por João de Mello Neto, secretário adjunto da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência do Rio de Janeiro (SBPC-RJ). Houve palestras sobre: “Ações Emergenciais”, com Moacyer Duarte; “Alerta Metereológico”, com Audálio Rebelo Torres Júnior; “Encostas”, com Willy Lacerda; “Inundações”, com Paulo Canedo; e “Planejamento Urbano, Habitações e Transportes”, com Carlos Nassi, todos da Coppe/UFRJ.

-> SOS Pernambuco e Alagoas (Mobilização da rede, organizações e voluntários para atender as vítimas das enchentes nos estados) – junho de 2010

-> SOS Rio de Janeiro (Ajuda às vítimas das chuvas na Região Serrana do Rio de Janeiro – janeiro de 2011

Vídeo – entrevista com Moacyr Duarte, pesquisador da Coppe/UFRJ, sobre o tema “Fortalecendo a Cooperação com Populações Atingidas por Situações Climáticas Extremas”