A importância da aplicação de medidas de isolamento social no contexto da pandemia de Covid-19

Atualizado em 7/9/2020

ASPECTOS GERAIS DA COVID-19

Coronavírus é a nomeação de uma família de vírus que causam infecções respiratórias. O SARS-CoV-2 foi descoberto no dia 31 de dezembro de 2019, na China e causa a doença denominada COVID-19. A OMS estima que cerca de um quinto dos infectados pelo SARS-Cov-2 precisem de atendimento hospitalar e destes, 5% necessitem de suporte ventilatório.

O quadro clínico apresentado varia de um simples resfriado até uma pneumonia severa. Os sintomas mais comuns são tosse, dor de garganta, coriza, febre e dispneia. O vírus possui como característica uma alta transmissibilidade, ocorrendo de um indivíduo doente para o outro por contato próximo ou através de um aperto de mão, abraço que configura um contato físico. Nesse contexto, a pessoa sadia entra em contato com material biológico infectado via gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro. Ademais, o vírus pode permanecer em superfícies contaminadas por tempo variável dependendo da natureza do material. Logo, a pessoa sadia pode se infectar ao levar as mãos a boca ou nariz após tocar em celulares, mesas, maçanetas, corrimãos entre outros objetos e estruturas de uso coletivo.

A letalidade é relativamente baixa, mas isso não significa que o número de mortos totais ao final da pandemia será pequeno. Por exemplo, se uma doença X tem letalidade de 30%, mas possui apenas 10 casos por ano, uma doença Y que tem a letalidade de 6,4% e possui 40000 infectados em 4 meses tem muito mais impacto.

O grupo de risco para a doença constitui-se de:

  • Idosos;
  • Portadores de doenças crônicas;
  • Imunossuprimidos;
  • Transplantados;
  • Pacientes oncológicos;
  • Gestantes.

As gestantes são consideradas como integrantes do grupo de risco pelo certo grau de acometimento do sistema imune que é característico da gestação.
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A IMPORTÂNCIA DA ADOÇÃO DO ISOLAMENTO SOCIAL COMO MEDIDA PREVENTIVA

Uma das medidas de contenção da pandemia é o isolamento social, que corresponde a uma medida em que o paciente doente é isolado de indivíduos não doentes afim de se evitar a disseminação da doença. O isolamento pode ser vertical, em que somente pacientes que compõem o grupo de risco para a doença ficam isolados, ou horizontal no qual somente os serviços essenciais são mantidos. O isolamento social horizontal é uma medida em que se isola o maior número de pessoas em suas residências e, por esse motivo, é o mais indicado no cenário atual, uma vez que apresenta maior potencial para conter a epidemia. No entanto, apesar de apresentar essa vantagem do ponto de vista epidemiológico, é o que mais afeta economia, tendo em vista que os setores primário, secundário e terciário têm suas atividades reduzidas. Por outro lado, o isolamento social vertical é uma medida que visa isolar os indivíduos que compõem o grupo de risco e, por esse motivo, apresenta o menor potencial para conter a epidemia e menor impacto econômico.

Dentro desse contexto, é importante conhecer outros dois termos que podem ser tratados como sinônimos de isolamento social, mas que possuem conceitos diferentes: quarentena e distanciamento social.

A quarentena é aplicada quando as pessoas foram presumidamente expostas a alguma doença contagiosa, mas que não estão necessariamente doentes, pois pode se tratar de um período de incubação da doença, podendo a pessoa outras sem estar apresentando sintomas. Ela pode durar, no máximo, 14 dias.

O distanciamento social por sua vez consiste na diminuição de interação entre as pessoas de uma comunidade visando amenizar a velocidade de transmissão de uma doença. Geralmente é aplicada em regiões onde há transmissão comunitária de uma doença. Ele pode ser ampliado ou seletivo. No primeiro, o distanciamento é aplicado para todos, havendo o fechamento de instituições de ensino e qualquer evento que possa gerar aglomeração de pessoas. Nessa modalidade os serviços essenciais são mantidos e o home office é estimulado. Já no segundo, o grupo de risco deve permanecer em domicílio. Embora essa medida seja menos danosa a economia, a chance de aumento da infecção é muito mais alta, e a probabilidade de conter a epidemia é mais baixa.

O isolamento social se faz necessário devido a incapacidade de o sistema de saúde acolher todos os potenciais infectáveis. A exposição sem restrições dos indivíduos ao coronavírus pode fazer o sistema de saúde entrar em colapso. Devido a fácil transmissibilidade e a ausência de uma droga específica para esse vírus, medidas que evitem o contato e a circulação de pessoas dificultam a propagação da doença e possibilita que o sistema de saúde consiga tratar de todos os doentes.
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INFORMAÇÕES ADICIONAIS PARA ESTUDOS

O exame para o diagnóstico de COVID-19 é composto por uma análise inicial do paciente para a verificação de critérios clínicos para a doença. Se o paciente cursa com quadro respiratório agudo, com febre ou relato de febre, acompanhada de tosse, ou dor de garganta, ou coriza, ou dificuldade respiratória, caracterizando uma Síndrome Gripal, deve ser testado. Outro caso em que o paciente deve fazer o exame de testagem pra Sars-Cov-19 é aquele individuo com dispneia, saturação de O2 menor que 95% em ar ambiente, cianose central caracterizando uma Síndrome Respiratória Aguda Grave. Apresentando os sintomas descritos, o paciente pode ser submetido a testagem laboratorial, por meio do RT-PCR (Transcrição reversa seguida de reação em cadeia da polimerase) que além da Covid-19 pode detectar o vírus Influenza e o Vírus Sincicial Respiratório (VSR). O teste rápido é relacionado com a imunologia e detecta a presença de anticorpos após o sétimo dia a partir do surgimento dos sintomas. Ademais, o diagnóstico também pode ser feito a partir das seguintes situações: histórico de contato próximo ou domiciliar, nos últimos 7 dias antes do aparecimento dos sintomas, com caso confirmado laboratorialmente para COVID-19 e para o qual não foi possível realizar a investigação laboratorial específica, também observados pelo profissional durante a consulta.

A prevenção consiste em lavar as mãos com frequência usando água e sabão, ou higienização com álcool em gel 70%, cobrir a boca ao tossir e espirrar com um lenço descartável individual, evitar tocar olhos, nariz e boca com as mãos sujas, manter uma distância média de 2 metros de pessoas que estão tossindo ou espirrando, higienizar objetos de uso frequente, evitar o contato físico com as demais pessoas evitando beijos, abraços e apertos de mão. Ademais evitar o compartilhamento de objetos individuais, mantenha os ambientes limpos e arejados, adote o isolamento social, durma bem e mantenha uma alimentação saudável e utilize máscaras quando precisar sair de casa. Em caso de viagem internacional é indicado que seja feito um isolamento voluntario por 7 dias, já em caso de viagem doméstica o Ministério da Saúde solicita que fique atento aos primeiros 14 dias após o desembarque para o desenvolvimento de sintomas, e caso apresente algum, siga as orientações para o isolamento domiciliar.

Caso o indivíduo fique doente, com sintomas da síndrome gripal, deve ficar recluso em casa e evitar contato com demais pessoas por 14 dias, só devendo procurar o serviço de saúde se apresentar dispneia. Nesse contexto, se o diagnóstico for positivo para a COVID-19, deve se ficar em isolamento domiciliar, usar máscara o tempo todo e seguir as demais ações de prevenções citadas.
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Fonte: Sanar Medicina